4 fatos curiosos que fazem da educação na Finlândia
um exemplo
Lição de casa e boas notas têm pouco peso no sistema educacional
altamente bem-sucedido dos finlandeses
De Daniela Moreira
Crianças
finlandesas: sem lição de casa ou broncas por notas baixas
São Paulo – A Finlândia tem um dos sistemas educacionais
mais admirados do mundo. O país garante acesso universal e gratuito a escolas
de qualidade e está em primeiro lugar no índice de educação global publicado pela ONU em 2008.
Como parte de uma reforma no ensino feita na década
de 1970, o país paga melhores salários aos professores, limita o número de
alunos em sala de aula, garante liberdade às escolas para trabalhar o próprio
currículo e dá pouca atenção a avaliações e dever de casa.
O resultado pode ser medido em números: segundo
dados de um levantamento feito pelo instituto Legatum, 94% dos finlandeses
aptos concluem o ensino secundário e ingressam no ensino superior. A mesma
pesquisa mostra que 82% dos finlandeses estão satisfeitos com a qualidade da
educação no país.
Confira, a seguir, quatro fatores pouco familiares
à realidade do ensino brasileiro que contribuem para estes resultados:
A escola só começa aos 7 anos de
idade e, lição de casa, só na adolescência
Segundo a OECD (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico), as crianças finlandesas são as que passam menos
horas dentro de sala de aula entre os países desenvolvidos. Embora existam
creches e pré-escolas, a educação formal só começa aos 7 anos de idade – a
ideia é que antes desta idade elas aprendem melhor brincando que em sala de
aula – e os graus primário e secundário são integrados para que a criança não
tenha que trocar de escola no meio do processo. Os “intervalos” podem, durar
até 75 minutos e a lição de casa não é uma prática incentivada antes que os
alunos cheguem ao meio da adolescência, por volta dos 16 anos de idade.
Os alunos não são avaliados por
notas
Uma das características marcantes
do sistema educacional finlandês é o alto grau de autonomia concedido a escolas
e professores. Não há nenhuma avaliação padrão obrigatória para os alunos a não
ser por um único teste de língua, matemática e ciências naturais ao final do
ensino secundário (quando os alunos têm entre 17 e 19 anos de idade). No dia a
dia, os professores não avaliam os alunos por notas e sim por critérios
descritivos, evitando comparações entre eles. Assim, o foco não é no desempenho
dos alunos e sim do aprendizado de fato.
Todos os professores têm mestrado
Os professores fazem parte
de uma categoria altamente prestigiada na Finlândia. Para poder ingressar no
sistema de ensino – inclusive na educação básica – é necessário ter um
mestrado. A seleção não é fácil: apenas 10% dos 5 mil candidatos que participam
das provas todos os anos são aceitos pelas faculdades. E mesmo depois de
pós-graduados, os professores continuam a se reciclar. Um professor passa, em
média, 4 horas por dia em sala de aula e reserva duas horas semanais para se
dedicar ao “desenvolvimento profissional”.
30% das crianças recebem reforço fora de sala de aula
Se no Brasil reforço é
visto como coisa de aluno preguiçoso ou atrasado em relação à turma, na
Finlândia a ajuda extra classe é uma prática comum. Cerca de 30% dos alunos
recebem algum tipo de atenção especial fora do horário de aula durante seus
nove primeiros anos de educação formal. Muitas escolas são pequenas o
suficiente para que os professores conheçam cada aluno pelo nome. Enquanto no
Brasil a média é de 23 alunos por professor em sala de aula, na educação primária,
na Finlândia a média é de 14 alunos por professor.
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