quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Pluralidade Religiosa
As Nações do Candomblé
Nathally Dantas
Na segunda metade do século XVI começam a chegar ao Brasil os primeiros grupos étnicos de africanos, trazidos para o trabalho no ramo ocidental mais desenvolvido na época: a indústria açucareira.
Nos porões das caravelas portuguesas foram transportados mais do que escravos africanos, os portugueses transportaram inconscientemente um dos elementos que fundamentou o nascimento da cultura brasileira, uma cultura miscigenada, filha de índios, brancos e negros. Os diversos grupos africanos trouxeram uma bagagem cultural riquíssima como a arte, culinária, danças, ritmos e a religião.
Sabe-se que não foi apenas uma cultura africana que chegou ao Brasil, foram várias, com grande pluralidade cultural, linguística e religiosa, pois os negros eram oriundos de locais diferentes da África. As principais culturas foram: a cultura dos yorubás, cultura daomeana, cultura bantu.
Os yorubás formaram o segundo maior grupo étnico na Nigéria, representando 18% da população total aproximadamente. Vivem hoje em grande parte no sudoeste da áfrica, aplica-se o termo a um grupo linguístico de vários milhões de indivíduos. os yorubás estão unidos por uma mesma cultura e tradições de sua origem comum.
Os daomeanos eram povos dominates na áfrica que venciam outros grupos africanos e vendiam como escravos para os mercadores, Quando os primeiros daomeanos chegaram ao Brasil como escravos, aqueles que já estavam aqui os reconheceram como inimigos.
O Bantu é um grupo lingüístico e inclui 274 línguas e dialetos afins. Os bantus, povos rurais, provenientes de Angola, Moçambique e Congo. Eram, em sua maioria, agricultores, mas também viviam da caça e da pesca, e conheciam a técnica da metalurgia. Formaram o Reino do Congo que dominava grande parte do noroeste do continente africano.
Os Portugueses utilizaram a nomenclatura “nação” para diferenciar os grupos étnicos de escravos que acabaram por incorporar essa distinção até hoje utilizada, porém hoje não se denomina nação os grupos étnicos e sim os grupos diversos do Candomblé, ao longo do tempo os parentescos sanguíneos foram substituídos por parentesco de santo.
As principais nações que ainda hoje mantêm vivas as tradições do candomblé são: nagôs, ketus,jêjes e a nação angola.
A Nação Nagô de é hoje a nação de Candomblé predominante em Pernambuco e uma das mais influentes no Brasil.
A Nação Nagô Chegou a Recife em 1875, com Inês Joaquina da Costa (Ifá Tuniké), mais conhecida como Tia Inês, vinda da cidade de Egbá, na Nigéria, Em sua mínima bagagem como por intuição do que estaria por vir, trouxe sementes e materiais usados no culto a Yemanjá, orixá cultuado na sua região, e mais algumas divindades . Com o passar do tempo, ela se estabeleceu em Recife, no bairro de Água Fria, plantou as sementes das árvores sagradas, a exemplo da gameleira e do Baobá. E assim foi nascendo o Sítio de Tia Inês e uma forma de culto chamada Nagô Egbá, também conhecida como “Xangô do Recife”, tendo sua casa matriz o próprio Sítio de Tia Inês, que mais tarde seria conhecido, registrado e tombado como Terreiro Obá Ogunté, o mais conhecido em Recife e sua região metropolitana.
Após a morte da matriarca da nação Nagô o Sítio continuou aos cuidados de seus filhos adotivos e assim a regência passou a ser de pai para filho, causando assim mais uma característica da nação: o patriarcado, como sendo a maneira mais comum de herança. O mais conhecido entre os regentes foi Felipe Sabino da Costa (Ope Watanan), conhecido como Pai Adão, sua figura se mostrou tão popular dentro do culto que a casa passou a ser popularmente conhecida até hoje como Sítio do Pai Adão. A Nação Nagô cultua seus Orixás de uma forma mais “humanizada”, pois seus Deuses em algum momento de suas existências tiveram passagem na Terra em forma humana, muitas vezes vistos ou imaginados como heróis, com suas lendas e histórias.
Sua língua é o yorubá. Os Orixás se vestem com roupas e paramentos de muita beleza e exuberância, coroas, espelhos, armas e indumentárias de extrema beleza.]
Os orixás homenageados em ritual aberto ao público, o toque, são treze que cantados na seguinte sequência: Exu, Ogum, Odé, Obaluayê, Oxumaré, Nanã, Ewá, Obá, Oxum, Yemonjá, Xangô, Oyá e Oxalá.
Ossaim tem seu culto e é sempre lembrado e homenageado durante os rituais internos e orôs; Iroko segue lembrado e cultuado nos terreiros na forma da imensa gameleira. Sobre o orixá Logum Edé, não há registro no culto Nagô Egbá, os nagôs não negam sua existência, apenas não há registro histórico sobre o orixá dentro do culto.
Há uma peculiaridadeno culto nagô em relação a alguns outros cultos: o culto à Orunmilá é muito conhecido e difundido na nação com suas inúmeras cantigas cantadas durante as saídas dos balaios para Oxum.
A Nação Ketu em termos de identidade cultural, forma uma subdivisão da cultura yorubana. Os Orixás cultuados na nação Ketu são: Exu, Ogum, Oxossi, Logunedé, Xangô, Obaluayê, Oxumaré, Ossaim, Oyá ou Iansã, Oxum, Iemanjá, Nana, Ewa, Oba, Axabó (Orixá feminino da família de Xangô),Oxalá, Ibeji, Irôco, Ifá ou Orunmila. Não tem muitas diferenciações da Nação Nagô já que veio da mesma origem étnica.
A Nação jêje cultua os Voduns tem maior ênfase na Bahia, o predomínio, em certos grupos, é de mulheres como filhas de santo. Assim como os Orixás, os Voduns incorporados, conversam com a assistência, dando bênçãos, conselhos, deixam recados e mantêm os olhos abertos. É comum no culto jêje fazer provas com os iniciados incorporados com os Voduns, como, por exemplo, mergulhar a mão no azeite de dendê fervendo.
As casas de jêje, além do culto aos Voduns, também incorporam em seus rituais alguns orixás nagôs. O panteão jêje é numeroso, sendo os Voduns agrupados em famílias como: Dambirá, Davice, Savaluno e Queviossô.
As atividades religiosas requerem um extenso calendário com rituais reservados aos iniciados, e em festas públicas que duram um, três ou sete dias; no final das obrigações todos comem as comidas preparadas com a carne dos animais oferecidos em sacrifício às divindades. .
A casa de jêje chama-se Kwe, e o local destinado ao culto dos Voduns é chamado Hunkpame, que é o templo onde está dentro a divindade; é chefiado por um sacerdote ou sacerdotisa, que são responsáveis pelos ensinamentos aos futuros Vodunsis.
A Nação Angola cultua Nkisis que são os próprios elementos da natureza.As Nkisis diferentemente dos orixás não tiveram passagem pela Terra e nem tão pouco forma humana, são a própria natureza com seus elementos como a chuva, o barro, a terra, as folhas, as pedras e etc.
Nação Angola o instrumento de chamada através de som é o Kaxixi, chocalho cerimonial feito de coco ou cabaça com sementes e favas dentro, que tem um som agudo.
Nos rituais se usam máscaras na face do filho que está vestido e tomado por seu Nkisi, as vestimentas são confeccionadas com panos modestos com indumentárias naturais, como favas, cabaças, ervas, etc. As armas são feitas de madeira.O motivo para o filho tapar o rosto com mascaras se explica já que as Nkisis são elementos da natureza não possuem semblante humano.
O Candomblé é uma das religiões mais ricas culturalmente e de extrema importância para a preservação da cultura afro-brasileira, para a preservação da cultura é preciso que muitos estigmas do candomblé sejam quebrados e que cada vez mais seja feita da divulgação dessa religião tão importante para a história do Brasil.
Nathally Anne Dantas - estudante de jornalismo e filha de Suely Dantas
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
ATIVIDADE 3
NECESSIDADES E DESEJOS
INTRODUÇÃO
Os participantes fazem cartões ilustrando coisas que acham que precisam e querem para ser saudáveis e felizes. Os grupos depois dividem estes cartões em “desejos” e “necessidades”. De seguida, o grupo todo discute o que significa quando as necessidades básicas das pessoas não são satisfeitas e a relação entre as necessidades básicas humanas e os direitos humanos.
Tempo:30-60 minutos
Materiais:Cartões, revistas antigas, cola, tesoura, marcadores
Grupo-alvo:Pré-primária a 2.º ciclo
Ligações:Encaixa bem na Actividade 1, Seres Humanos/Direitos Humanos
PROCEDIMENTOS
1.Peça aos participantes, divididos em pares ou pequenos grupos, para fazerem entre 10 a 20 cartões que ilustrem as coisas que acham que as crianças necessitam para serem saudáveis e felizes. Eles/elas podem desenhar estas coisas ou fazerem colagens com imagens das revistas.
2.Cada par ou grupo troca cartões com outro. Os grupos depois dividem os novos cartões em categorias:
•Quais as coisas que são NECESSIDADES (por ex., essenciais para a sobrevivência, como a comida, cuidados médicos, abrigo)?
•Quais as coisas que são DESEJOS, mas não NECESSIDADES (por ex., desejável, mas não necessário para a sobrevivência, como brinquedos, educação ou direito de voto)?
•Quais as coisas que não são nenhuma delas?
3.Os grupos que trocaram cartões juntam-se e comparam os seus cartões. Depois tentam chegar a acordo sobre as categorias para todos os cartões. Depois de o fazerem, discutem:
•Qual dos montes de cartões é maior? Porquê?
•Se tivessem que mover dois cartões do monte das NECESSIDADES para o monte dos DESEJOS, quais seriam os cartões? Como é que a vossa vida seria afectada por esta mudança (por ex., se algo que vocês consideram realmente necessário já não estivesse ao vosso alcance?).
4. Peça a toda a turma para juntar os seus cartões. Pendure-os na parede ou no quadro para completar uma lista da turma. Discuta:
•Estão incluídas todas as necessidades humanas nesta lista de NECESSIDADES? Existem outras necessidades que deveriam ser adicionadas à lista?
• Estão incluídos todos os desejos? Será que a turma se consegue lembrar de outros?
5. Discuta:
•É fácil estabelecer a diferença entre desejos e necessidades?
•O que acontece a alguém quando os seus desejos não são satisfeitos?
•O que acontece a alguém quando as suas necessidades básicas não são satisfeitas?
•O que acontece a uma comunidade quando as necessidades básicas de muitas pessoas não são satisfeitas?
• Existirão pessoas no mundo cujas necessidades básicas não são garantidas? No país? Na vossa comunidade? Na vossa escola?
•Existirão alguns tipos de pessoas cujas necessidades básicas não são frequentemente satisfeitas?
•Acham que estas necessidades deviam ser satisfeitas? Porquê?
•Acham que algumas pessoas deviam ter os seus desejos satisfeitos quando outras não têm as suas necessidades garantidas?
•O que pode ser feito para se garantirem as necessidades básicas das pessoas?
•Quem tem a responsabilidade de garantir as necessidades básicas das pessoas?
•Que acções podem vocês levar a cabo para ajudarem a garantir as necessidades básicas das pessoas na vossa comunidade?
IR MAIS ALÉM
1.Discuta:
•Acham que existem necessidades básicas humanas comuns a toda a gente, em toda a parte no mundo?
•Serão estas necessidades sempre satisfeitas?
•O que influencia os nossos desejos?
•Como é que o desejo é influenciado pela idade? Sexo? Classe social? Cultura? Etnia?
•Qual é a relação entre necessidades humanas e direitos humanos?
(Ver Actividade 1, Seres Humanos/Direitos Humanos)
ADAPTAÇÕES
1.Seguir de perto – A actividade inicial, guardando os cartões e reutilizando-os noutra área. Por exemplo, aplique as categorias das necessidades e desejos a uma aula de matemática, cultura geral ou línguas.
2.Para crianças mais novas – É melhor para as crianças mais novas poderem ver exemplos concretos, de forma a poderem imaginar quais poderão ser os desejos e necessidades de uma criança em especial. Mostre revistas e fotografias às crianças e escolha uma determinada criança para ser um “amigo imaginário”. As crianças podem imaginar características deste amigo (por ex., nome, idade, brinquedos, coisas de que gosta, etc.) As crianças podem recortar a figura, colá-la num papel e apresentar o seu novo amigo. Isto pode ser feito logo no início da actividade.
3.Actividade de Geografia – Já que a turma está a aprender sobre uma localidade diferente, também pode explorar as necessidades e desejos das pessoas que vivem num meio ambiente diferente, tendo em conta especialmente os efeitos do clima, da paisagem e do cenário rural ou urbano. Podem reconsiderar os cartões que fizeram: que figuras poderão ser modificadas? Que categorias?
4.Actividade de Literatura – Peça aos alunos para fazerem os seus montes, baseando-se nas necessidades e desejos das personagens de um conto ou romance que estejam a ler.
Fonte: Adaptado de Margot Brown, O Nosso Mundo, Os Nossos Direitos, 31-34.
Com autorização da AI - Secção Portuguesa
METODOLOGIAS PARA TRABALHAR EDH
1.Árvore do Conhecimento - Essa árvore deve ser construída em cima dos direcionamentos: Raízes bem firmes, Tronco bem desenvolvido, Galhos bem Crescidos, Folhas Verdes e Frutos com sementes.
2.Árvore da Convivência- Trabalhar as relações de convivência da turma dentro da comunidade escolar.
3.Arvore do Prazer – Material usado pelo SPE – para sensibilização dos alunos para a realização do teste de HIV.
4.Assembléia de Sala – Essa atividade tem por objetivo estabelecer mudanças de atitudes na sala com participação de todos chegando a conclusões e melhora de comportamento, lembrando que ela deve ser avaliada dia-a-dia na sala pelo menos 5mn, durante todo ano.
5.O Brainstorming – Há 3 principais partes: Encontrar os fatos, Geração da idéia, Encontrar a solução.
6.Confronto de Idéias - Tem por objetivo levantar discussões no grande grupo sem que os participantes fiquem com mágoas mais se cheguem a conclusões.
7.Desenho – Observação, Cooperação, Imaginação e empatia
8.Discussões com a turma – Treino de ouvir e ser ouvido, capacidade essenciais no trabalho em equipe. (Realizar mini peça teatral a partir do cenário uma sala de aula).
9.Entrevista - Realizar com membros da comunidade do entorno da escola.
10.Estudo de Caso- Metodologia mais indicada quando se procura compreender um conjunto de fenômenos que, num primeiro momento, revelam, entre si, um baixo grau de comparabilidade.
11.Jornais – Circulação a cidade com as informações analisar e identificar as informações na mídia sobre preconceitos, trabalhar a capacidade de julgamento de comunicação.
12.Júri Simulado - Esse tem por objetivo julgar atitudes e comportamentos no grande grupo para que os participantes analisem cheguem a conclusões.
13.Pares e Grupos – Trabalhar cooperação e compreensão de conceitos abstratos.
14.Projetos de classe- Relacionar temas com a disciplina, aprendizagem e organização de forma que a convivência na turma seja de cordialidade.
15.Questionar - Debates de idéias e do tipo: “ A escola que você quer e a Escola que você tem – fazer uma tabela com 2 colunas- gerar discussão em cima do tema.
16.Recriar informações – Trabalhar de forma a contextualizar juntos aos estudantes e compreender a informação.
17.Resolução de Problemas - Minimizarem problemas existentes no grupo.
18.Role-playing- RP, traduzido como "jogo de interpretação de Personagens") é um tipo de jogo em que os jogadores assumem os papeis de personagens e criam narrativas colaborativamente. O progresso de um jogo se dá de acordo com um sistema de regras predeterminadas, dentro das quais os jogadores podem improvisar livremente. As escolhas dos jogadores determinam a direção que o jogo irá tomar.
19.Vídeo – Discussão em grupo tratar da temática do vídeo.
Declaração dos Direitos da Criança
Declaração dos Direitos da Criança
Adotada pela Assembléia das Nações Unidas de 20 de novembro de 1959 e ratificada pelo Brasil.
PREÂMBULO
Considerando que os povos da Nações Unidas, na Carta, reafirmaram sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano, e resolveram promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla,
Considerando que as Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamaram que todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades nela estabelecidos, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição,
Considerando que a criança, em decorrência de sua imaturidade física e mental, precisa de proteção e cuidados especiais, inclusive proteção legal apropriada, antes e depois do nascimento,
Considerando que a necessidade de tal proteção foi enunciada na Declaração dos Direitos da Criança em Genebra, de 1924, e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos estatutos das agências especializadas e organizações internacionais interessadas no bem-estar da criança,
Considerando que a humanidade deve à criança o melhor de seus esforços,
A ASSEMBLEIA GERAL
PROCLAMA esta Declaração dos Direitos da Criança, visando que a criança tenha uma infância feliz e possa gozar, em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e as liberdades aqui enunciados e apela a que os pais, os homens e as melhores em sua qualidade de indivíduos, e as organizações voluntárias, as autoridades locais e os Governos nacionais reconheçam este direitos e se empenhem pela sua observância mediante medidas legislativas e de outra natureza, progressivamente instituídas, de conformidade com os seguintes princípios:
PRINCÍPIO 1º
A criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração. Todas as crianças, absolutamente sem qualquer exceção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família.
PRINCÍPIO 2º
A criança gozará proteção social e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidade e facilidades, por lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. Na instituição das leis visando este objetivo levar-se-ão em conta, sobretudo, os melhores interesses da criança.
PRINCÍPIO 3º
Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma nacionalidade.
PRINCÍPIO 4º
A criança gozará os benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e criar-se com saúde; para isto, tanto à criança como à mãe, serão proporcionados cuidados e proteção especiais, inclusive adequados cuidados pré e pós-natais. A criança terá direito a alimentação, recreação e assistência médica adequadas.
PRINCÍPIO 5º
À criança incapacitada física, mental ou socialmente serão proporcionados o tratamento, a educação e os cuidados especiais exigidos pela sua condição peculiar.
PRINCÍPIO 6º
Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança precisa de amor e compreensão. Criar-se-à, sempre que possível, aos cuidados e sob a responsabilidade dos pais e, em qualquer hipótese, num ambiente de afeto e de segurança moral e material, salvo circunstâncias excepcionais, a criança da tenra idade não será apartada da mãe. À sociedade e às autoridades públicas caberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às crianças sem família e aquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É desejável a prestação de ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de famílias numerosas.
PRINCÍPIO 7º
A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória pelo menos no grau primário.
Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la a, em condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, e a tornar-se um membro útil da sociedade.
Os melhores interesses da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais.
A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.
PRINCÍPIO 8º
A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber proteção e socorro.
PRINCÍPIO 9º
A criança gozará proteção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objeto de tráfico, sob qualquer forma.
Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a saúde ou a educação ou que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral.
PRINCÍPIO 10º
A criança gozará proteção contra atos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza. Criar-se-á num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência que seu esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus semelhantes.
ATIVIDADE 4
UM NOVO PLANETA
INTRODUÇÃO
Esta actividade começa com as ideias pessoais dos participantes sobre direitos, como se fossem expressas numa declaração de direitos imaginária. Eles encontrarão depois correspondências entre as suas ideias e determinados artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).
Tempo: 1 hora
Materiais: Quadro e giz
Cartolina e marcadores para cada grupo
Cópias da DUDH, versão completa ou simplificada
Grupo-alvo: 2.º Ciclo a grupos de adultos
Ligações: Encaixa bem com a Actividade 6, Direitos Humanos nas Notícias.
Ver IV Parte, Entrar em Acção pelos Direitos Humanos, para ideias para entrar em acção.
PROCEDIMENTOS
PARTE A: Direitos humanos para um novo planeta
1. Leia a seguinte situação:
Foi descoberto um novo planeta que tem tudo o que é necessário para manter a vida humana. Nunca lá viveu ninguém. Não existem leis, regras ou história. Aqui todos vocês serão colonizadores e durante a preparação desta actividade o vosso grupo foi escolhido para elaborar a declaração de direitos para este planeta completamente novo. Vocês não sabem qual será a vossa posição neste país.
1. Dê instruções aos participantes, divididos em pequenos grupos, para fazerem o seguinte:
a. Dar um nome a este novo planeta.
b. Escolher dez direitos com que todo o grupo possa concordar e escrevê-los no quadro ou cartolina.
2. Cada grupo apresenta a sua lista à turma. Enquanto o fazem, faça uma “lista principal” que inclua todos os direitos que os grupos mencionam, combinando direitos semelhantes.
3. Quando todos os grupos tiverem apresentado as suas listas, examine a lista principal:
• Existem alguns direitos que sobressaiam? Podem ser combinados?
• Existe algum direito que só apareça numa lista? Deveria ser incluído ou eliminado?
4. Discuta estas questões:
• Quais das vossas ideias sobre direitos mudaram mais durante esta actividade?
• Como seria a vida neste planeta se alguns destes direitos fossem excluídos?
• Existem alguns direitos que vocês ainda gostassem de adicionar à lista final?
• Qual é a utilidade de uma lista como esta?
PARTE B: Relacionar os direitos com a DUDH
1. Quando a lista principal estiver completa, os participantes voltam para o seu pequeno grupo e tentam estabelecer correspondência entre os direitos da lista com artigos da DUDH. Alguns direitos podem incluir vários artigos. Outros até podem não existir na DUDH. Alternativa: Para poupar tempo, incumba cada grupo de investigar determinados direitos da lista principal.
2. À medida que os grupos vão acabando, vá pedindo a um representante para escrever os números dos artigos que identificaram, ao lado do direito na lista principal. É possível que seja necessário acrescentar mais uma cartolina ao lado da lista principal.
3. Reveja cada direito da lista.
• À medida que os participantes forem identificando um direito com um determinado artigo da DUDH, peça para lerem a versão simplificada do artigo em voz alta.
• Resolva quaisquer contradições que existam em relação a que direito corresponde a que artigo.
4. Discuta:
• Houve alguns dos direitos da lista que não estivessem incluídos na DUDH? Como explicam esta omissão?
• Houve alguns direitos da DUDH que não estivessem incluídos na lista do grupo? Como explicam esta omissão?
IR MAIS ALÉM
1. Preferências pessoais – Nesta altura, especialmente se afrouxara o ritmo, peça aos participantes para marcarem na lista os três direitos mais significativos para cada um deles. Depois pode-se contar as marcas, para ver quantas obteve cada direito. Enquanto o grupo continua, relembre aos participantes a interdependência e indivisibilidade dos direitos. Ver V Parte, Apêndices.
Discuta:
• Porque é que vocês acham que determinados direitos recebem tantas marcas deste grupo?
• Acham que existem circunstâncias especiais nesta comunidade ou país, que façam com que alguns direitos sejam mais importantes que outros?
2. Categorias de direitos – Explique a distinção feita entre direitos civis/políticos e direitos sociais/económicos/culturais. (Ver V Parte, Um Glossário de Direitos Humanos, para definições). Peça aos participantes para determinarem quais os direitos da sua lista que são civis e políticos e quais os que são sociais, económicos e culturais. Houve algum tipo de direito que predominasse? Porquê?
ADAPTAÇÕES
1. Uma escola nova – Esta actividade pode ser adaptada para se imaginar a criação de uma escola totalmente nova. Esta versão poderia levar a uma análise do clima de direitos humanos na escola e à criação de uma lista de “direitos na escola”, que melhorariam o ambiente da escola ou da turma. Estes podem ser escritos sob a forma de direitos e responsabilidades (por ex., “Toda a gente tem o direito de ser tratada com respeito” e “Toda a gente tem a responsabilidade de tratar outrem com respeito”). Esta análise dos problemas na escola poderia conduzir directamente a projectos de acção. Ver IV Parte, Entrar em Acção pelos Direitos Humanos.
2. E se? – Para dar ênfase à aplicação universal de direitos, a actividade pode variar incumbindo alguns grupos de papéis específicos na sociedade no novo planeta (por ex., ser um deficiente, um membro de uma minoria étnica, um milionário), enquanto outros grupos não têm papéis. O facto de terem uma posição específica na sociedade influenciou as ideias sobre direitos necessários? Estas diferenças também podiam ser incluídas através da discussão ou fazendo com que cada participante interpretasse um papel, por exemplo, “E se no novo planeta fosses uma pessoa deficiente? Isto afectaria as tuas ideias sobre direitos necessários?”.
Fontes: Adaptado de Primeiros Passos Um Manual de Iniciação à Educação para os Direitos Humanos, 97-99; Edward O’Brien et al., Human Rights for All, (St. Paul, MN, West, 1996).
Com autorização da AI - Secção Portuguesa
TRABALHANDO COM DIREITOS HUMANOS V
Objetivos:
- Promover o conhecimento e debate sobre cidadania e tornar a temática elemento relevante para a vida dos estudantes.
- Estimular os estudantes a serem cidadãos/ãs pleno e propor ações fundamentadas em princípios de convivência em seu cotidiano.
•O que é cidadania?
•Eu cidadão?
•Que direitos e deveres tem um cidadão;
•O reconhecimento como pessoa humana – cidadão global;
•Família no contexto social atual;
•Eu e o mundo em que vivo: capacidade de ouvir e expressar sentimentos;
Objetivo: Propor aos estudantes ações fundamentadas em princípios de convivência para que se construa uma escola livre de preconceitos, violência por meio de processos participativos e democráticos.
•Conceito de respeito
•Construíndo respeito aos pais, avós, professores e colegas;
•Conhecendo o Regimento Escolar ;
•Direitos e deveres dos alunos e professores;
•Conceito de Justiça e Injustiça;
•Conceito de violência
•Como enfrentar a violência emocional e fisíca no cotidiano escolar;
•Conceito de Discriminação
•Formas de discriminação no ambiente escolar
•Respeitando todas as religiões.
Objetivo: Incentivar o estudo e conhecimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos e sua relação com o contexto social em que vivemos.
•Direito a liberdade
•Direito a vida
•Direito a justiça
•Direito a ter nacionalidade, família e propriedade
•Direito a liberdade de pensamento
•Direito do econômico ao trabalho
•Direito ao lazer
•Direito a saúde
•Direito a Educação
•Direito da vida cultural a social
•Direito ao respeito individual e grupo
ATIVIDADE 2
DAR UM FACE HUMANA AOS DIREITOS
INTRODUÇÃO
Os participantes produzem uma expressão criativa de um artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). Esta actividade pode ser modificada de modo a transformar as criações resultantes num jogo de adivinhas, numa exibição para a comunidade ou numa celebração para o dia 10 de Dezembro, o Dia dos Direitos Humanos. Os participantes também podiam criar cartazes que poderão servir de lembretes para a criação de um ambiente ou comunidade de direitos humanos.
Tempo: Variável
Materiais: Cópias da DUDH, versão oficial ou abreviada
Marcadores
Grupo-alvo: Ensino básico a grupos de adultos
PROCEDIMENTOS
1.Individualmente ou em pequenos grupos, os participantes seleccionam um artigo da DUDH que considerem especialmente importante. Podem ilustrar um direito que seja fruído, negado ou defendido ou em que ocorra estas três situações.
2.Realizem:
•Uma sátira ou uma mímica
•Uma ilustração gráfica ou um mural
•Uma canção, uma dança, um provérbio ou um jogo (estes podem adaptar-se de uma cultura tradicional)
•Um poema ou uma história
•Um anúncio publicitário
•Uma bandeira
Nota: O projecto não deve revelar o número dos artigos que ilustra.
3.Quando os projectos estiverem completos, peça a cada equipa ou indivíduo para mostrar a sua criação. O resto dos participantes tenta adivinhar qual o artigo da DUDH ilustrado. Quando o artigo é identificado correctamente, a pessoa ou equipa que responde correctamente lê o artigo na íntegra em voz alta. Estas apresentações podem ser estruturadas como uma competição de equipas.
IR MAIS ALÉM
1.Expor – Afixem as ilustrações gráficas numa biblioteca, museu infantil ou edifício comunitário ou, então, utilizem-nas para criar um calendário ou mural.
2.Exibir – As sátiras, mímicas, canções, danças ou textos podem ser apresentados sob a forma de uma actuação para os colegas de turma, pais ou outros grupos da comunidade.
3.Celebrar – O Dia dos Direitos Humanos pode ser celebrado planeando-se um Festival a 10 de Dezembro com base neste material. Convidem o jornal local, estações de TV e entidades públicas.
ADAPTAÇÃO
1.Cartazes para locais públicos – Criem ilustrações ou cartazes que lembrem que os direitos humanos deveriam fazer parte da vida de toda a gente. Por exemplo, criem cartazes que lembrem a toda a gente que o local de trabalho ou a escola são uma “comunidade de direitos humanos”. Nos locais onde existem problemas especiais, estes cartazes podem servir como ponto de partida para a acção. Definam uma estratégia para a utilização destes cartazes de forma a garantir que sejam honrados os direitos e ocorram mudanças positivas na vossa comunidade.
Fonte: Human Rights Educator’s Network, AI – Secção dos EUA.
Título original: Human Rights Here and Now - Copyright 1998, EUA
Publicação da Human Rights Educators’Network da Amnistia Internacional - Secção dos EUA, Human Rights USA e Stanley Foundation - Edição Portuguesa - AI - Secção Portuguesa
Com autorização da AI - Secção Portuguesa
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