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domingo, 7 de agosto de 2011

LEI EM DEFESA DO PROFESSOR/A

SENADO FEDERAL
PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 191, DE 2009
Estabelece procedimentos de socialização e de prestação jurisdicional e prevê medidas protetivas para os casos de violência contra o professor oriunda da relação de educação.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Esta Lei estabelece procedimentos de socialização e de prestação jurisdicional e prevê medidas protetivas para os casos de violência contra o professor oriunda da relação de educação. Art. 2º Para os efeitos desta Lei, configura violência contra o professor qualquer ação ou omissão decorrente da relação de educação que lhe cause morte, lesão corporal ou dano patrimonial, praticada direta ou indiretamente por aluno, seus pais ou responsável legal, ou terceiros face ao exercício de sua profissão.
Capítulo I DO ATENDIMENTO INICIAL
Art. 3º Na hipótese de iminência ou de prática de violência contra o professor, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de forma imediata, as seguintes providências: I – garantirá proteção, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário; II – encaminhará o professor ofendido ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal; III – fornecerá transporte para local seguro quando houver risco à vida; IV – acompanhará, se necessário, o professor ofendido, para assegurar a retirada de seus pertences do estabelecimento de ensino ou local da ocorrência; V – comunicará o ocorrido aos pais ou responsável legal do agressor, se menor de dezoito anos; VI – informará ao professor os direitos a ele conferidos nesta Lei. Art. 4º Em todos os casos de violência contra o professor, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal e na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente):
I – ouvir o ofendido, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada; II – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias; III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido do professor ofendido, para a concessão das medidas protetivas de que trata esta Lei; IV – determinar que se proceda ao exame de corpo de delito do ofendido e requisitar outros exames periciais necessários; V – ouvir o agressor, seus pais ou responsável legal, o diretor do estabelecimento de ensino e as testemunhas; VI – remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.
Art. 5º Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o agressor menor de dezoito anos será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o agressor permanecer sob internação, para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública. Art. 6º Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o agressor ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o agressor à entidade de atendimento de que trata a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas. § 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o agressor aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior. Art. 7º Sendo o agressor liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Capítulo II DAS MEDIDAS PROTETIVAS
Art. 8º Recebido o expediente com o pedido do ofendido, a que se refere o inciso III do art. 4º desta Lei, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas: I – conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas; II a – determinar o encaminhamento do professor ofendido ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso; III – comunicá-lo ao Ministério Público, para que adote as providências cabíveis. Art. 9º As medidas protetivas poderão ser concedidas pelo juiz de ofício, a requerimento do Ministério Público ou a pedido do professor ofendido. § 1o As medidas protetivas poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado. § 2o As medidas protetivas serão aplicadas isolada ou cumulativamente e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia. § 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido do professor ofendido, conceder novas medidas protetivas ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção do professor, de seus familiares ou de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público. Art. 10. Constatada a prática de violência contra o professor, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor as seguintes medidas protetivas, entre outras que julgar necessárias: I – afastamento do estabelecimento de ensino, com matrícula garantida em outro, se necessário, ou mudança de turma ou sala, dentro do mesmo estabelecimento de ensino; II – proibição de determinadas condutas, entre as quais: a) aproximar-se do professor ofendido, de seus familiares, de seus bens e, se necessário, das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância; b) frequentar determinados lugares, a fim de preservar a integridade física e psicológica do professor ofendido.
§ 1o Para garantir a efetividade das medidas protetivas, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio de força policial. § 2o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). § 3o O juiz poderá ainda encaminhar o agressor e, se necessário, seus pais ou responsável legal a programa oficial ou comunitário de assistência e orientação. Art. 11. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: I – encaminhar o professor ofendido a programa oficial ou comunitário de proteção ou de assistência; II – determinar a recondução do professor ofendido ao respectivo estabelecimento de ensino, após afastamento do agressor; III – determinar o acesso prioritário do professor à remoção, quando servidor público; IV – determinar a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do professor do local de trabalho, por até 6 (seis) meses.
Art. 12. Para a proteção patrimonial dos bens do professor, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: I – restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor; II – prestação de caução provisória, pelo agressor ou seus pais ou responsável legal, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência contra o professor.
Capítulo III DOS PROCEDIMENTOS
Art. 13. Feito o registro de ocorrência e observado o disposto no art. 4º desta Lei, observar-se-á, no caso de agressor penalmente imputável, o previsto no Código de Processo Penal. Art. 14. No caso de agressor menor de dezoito anos, aplica-se o disposto nesta Lei e, subsidiariamente, na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Art. 15. Apresentado o agressor, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e tendo à vista o auto de apreensão, o boletim de ocorrência ou o relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva, na presença de seus pais ou responsável, do professor ofendido, do diretor do estabelecimento de ensino e, se necessário, das testemunhas. Art. 16. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério Público proporá acordo de conciliação, levando em consideração as circunstâncias do caso concreto. Art. 17. Promovido o acordo, os autos serão conclusos, para homologação, à autoridade judiciária, que determinará o seu cumprimento. Parágrafo único. Se a autoridade judiciária não anuir aos termos do acordo, designará audiência de conciliação, em que deverão estar presentes o professor ofendido, o agressor, seus pais ou responsável, o diretor do estabelecimento de ensino, o representante do Ministério Público e, se necessário, as testemunhas. Art. 18. Não havendo acordo, o procedimento seguirá nos termos dos arts. 182 e seguintes da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Art. 19. O juiz, quando julgar mais adequada a aplicação da medida socioeducativa de prestação de serviços à comunidade, determinará que as tarefas sejam executadas no estabelecimento de ensino em que o agressor está matriculado.
Capítulo IV DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 20. Os estabelecimentos de ensino desenvolverão mecanismos internos de solução de conflitos entre professores e alunos e manterão equipe de atendimento multidisciplinar, integrada por profissionais das áreas psicossocial e de saúde, para prestar assistência aos professores e alunos. Art. 21. O Ministério Público ou o juiz, quando das audiências de que tratam os artigos 15 e 17 desta Lei, poderão impor advertência ou multa, a depender da gravidade do fato, ao estabelecimento de ensino que não tenha atuado de forma satisfatória para a solução de conflitos entre professores e alunos. Parágrafo único. A multa de que trata este artigo não poderá ser superior a cem salários mínimos. Art. 22. Esta Lei entra em vigor trinta dias após a sua publicação.
JUSTIFICAÇÃO
O importante estudo intitulado A Vitimização de Professores e a “Alunocracia” na Educação Básica, elaborado pela doutora em Educação Tânia Maria Scuro Mendes e pela aluna Juliana Mousquer Torres, traça um quadro preocupante da realidade da educação no Brasil. A pesquisa, de natureza quantitativa e qualitativa, apontou alguns graves problemas, que merecem a atenção da sociedade e do Congresso Nacional:
a) os professores são vítimas de ameaças e de agressões verbais e físicas; b) as escolas, por meio de suas equipes diretivas, geralmente limitam-se a solicitar a presença de pais ou responsáveis e a efetivar registros de advertência aos alunos que praticam agressões contra professores; c) no universo pesquisado, 58% dos professores não se sentem seguros em relação às condições ambientais e psicológicas nos seus contextos de trabalho; d) 87% não se consideram amparados pela legislação educacional quando se vêem vítimas de agressões praticadas por alunos; e) 89% dos professores gostariam de poder contar com leis que os amparassem no que tange a essa situação. O estudo aponta alguns elementos que explicariam o atual problema da violência sofrida pelos professores nas escolas:
a) a assimetria jurídico-instrumental entre professores e alunos: o ordenamento jurídico fornece um forte aparato de proteção a um lado (crianças e adolescentes), sem um correspondente contrapeso do outro (educadores); b) a cada vez maior ausência dos pais ou excesso de permissividade na educação dos filhos: a sociedade moderna tem exigido dos professores um papel social de substituição dos pais na função de educar; c) as escolas não têm mecanismos adequados de solução de conflitos; d) a inoperância dos Conselhos Tutelares; e) o isolamento institucional do professor: a direção das escolas tende a apoiar os alunos e seus familiares. Com base nas conclusões desse estudo, propomos o presente projeto de lei, com a estratégia legislativa de fortalecer o aparato jurídico-instrumental de proteção aos professores. O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990) positiva o direito do menor de ser respeitado por seus educadores (art. 53, II) e prevê infração administrativa para o professor que não comunicar à autoridade competente maus-tratos sofridos pelo aluno (art. 245). O Estatuto concebe o menor como ser em desenvolvimento psicológico, cognitivo e cultural e que, portanto, merece proteção prioritária por parte do Estado e das instituições sociais (art. 4º). Todavia, o Estatuto, ao mesmo tempo, ignora a natureza social desse processo: a garantia do desenvolvimento adequado do menor como ator social também demanda o respeito aos atores que fornecem tais meios. O resultado dessa assimetria jurídica é o que põe em relevo o estudo citado: os alunos intimidam e praticam violência contra os professores, fazendo uso de sua posição social privilegiada. Alguns trechos do referido estudo merecem destaque: Outros subsídios que contribuíram para o olhar reflexivo que engendrou essa investigação foram reportagens, recentemente publicadas, que tem situado o professor como alvo de agressões de alunos. Vamos a algumas delas: Zieger (2006) afirma textualmente: na escola, educadores ouvem palavrões, levam tapas, escutam “sou de menor, e tu não pode fazer nada comigo” e se sentem impotentes diante desse quadro de dor, desrespeito e indisciplina. A professora não pode responder, não pode punir, não pode... Segundo a mesma autora, o Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe muitas conquistas, mas sua errônea interpretação tem nos jogado numa avalanche de impunidade. As reportagens ressaltam que, em função de episódios de ofensa,ameaça e agressão, cometidas por crianças e adolescentes, estarem sendo levados às delegacias, a percepção de sindicatos e de professores, como noticiado, é de que a multiplicação dos ataques – antes verbais e, agora, físicos – nos últimos três anos, tem sido mais precoces, ocasionados ainda na educação infantil, o que tem instaurado um clima de terror nos ambientes escolares. São registrados alguns números: - 51% dos professores e dos funcionários de escolas da Capital [gaúcha] relataram desrespeito com profissionais, segundo pesquisa da UNESCO entre 2000 e 2002; .- o desrespeito por parte dos alunos foi a segunda principal razão para não se seguir a carreira de professor, conforme pesquisa da Associação dos Supervisores de Educação do Estado; - Segundo o CPERGS, 40% dos casos de licença-saúde dos professores estaduais são por problemas psicológicos. Encontramos no Jornal Zero Hora, de 25 de junho de 2006: Autoridades do Judiciário estão alarmadas com o número crescente de episódios de violência escolar levados às delegacias de polícia (...) a resposta do sistema judicial para o drama da violência em sala de aula é a Justiça Restaurativa, um novo procedimento por meio do qual os conflitos são resolvidos mediante diálogo e acordo. Infrator e vítima [no caso, o professor] são chamados para expressar seus sentimentos em relação ao que ocorreu e estabelecem compromissos, como mudança de comportamento e prestação de serviços à comunidade. Esse acordo é proposto pelo juiz em substituição à sentença (...) Apenas em 10% dos episódios violentos os envolvidos aceitam participar dos círculos restaurativos. A partir dessas abordagens, sobrevêm pontos de interrogação ancorados em uma visão pedagógica: - A democratização da educação, amparada na concepção progressista, tem relação com o comportamento dos alunos para com os professores? - Qual o conceito de professor que está sendo construído no cotidiano escolar? - Quais os deveres e direitos dos professores no atual contexto cultural? - O Estatuto da Criança e do Adolescente, que não estipula penalidade por agressão ao professor, influenciou a relação professor aluno, contribuindo para a formação de uma cultura de violência no ambiente escolar? - O que significa ser professor antes e depois do E.C.A? - Estaria se instaurando, paulatina e progressivamente, a ditadura do alunado contra o estatuto da autoridade docente? Outros trechos chamam a atenção para alguns aspectos ignorados de nossa realidade social: Zagury (2006), por sua vez, aponta que, em concepções educativas anteriores, se o aluno não aprendia, a culpa era dele; atualmente, se o aluno não aprende, a culpa é do professor. Diferentemente das décadas anteriores, quando era prerrogativa do professor privilegiar o conhecimento (ou, não raro, tão somente a informação), na atualidade, que tem sido referendada por pesquisas na área, os professores têm destacado cinco principais problemas concernentes a suas ações em sala de aula: manter a disciplina – 22%; motivar os alunos – 21%; avaliar de forma adequada – 19%; manter-se atualizado – 16%; metodologia adequada – 10%. A autora conclui, afirmando que o magistério é uma das profissões que mais acumulou funções nos últimos anos. Nas entrelinhas desses dados, podemos ler: a sociedade tem representado o professor como o substituto do lar, da babá, da creche (escola de educação infantil)... (...) A UNESCO – Órgão das Nações Unidas para educação e cultura – tem analisado o fenômeno da violência nas escolas do Brasil e, em uma pesquisa sobre vitimização realizada em 2003, com 2.400 professores, de seis capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre, Belém e Distrito Federal), mostra que 86% desses professores admitem haver violência em seus ambientes de trabalho. A então coordenadora da pesquisa da UNESCO, Miriam Abramovay, explica que a violência conseguiu impor a sua lei do silêncio. Segundo ela, a violência está nos dados: 61,2%dos professores, sujeitos da investigação, afirmam não saber se há tráfego de drogas na escola; 53,2% dizem não saber se gangues atuam na escola. A mesma coordenadora diz: (...) todo o problema do fracasso escolar vem não só da qualidade do ensino, mas também daquilo que ocorre no cotidianoescolar. (...) a escola não está organizada nem preparada para receber a população que passou a freqüentá-la com a democratização do ensino (...) a violência também aumenta na medida em que o ensino se democratizou e a escola de hoje não tem mecanismos de resolução de conflitos. (Jornal da Ciência, de 6/7/2006, p. 2) Sobre a chamada “alunocracia” na educação, o estudo destaca alguns casos concretos: As principais situações (31) em que se desenvolveram episódios de agressão, dos tipos acima especificados, ocorreram, segundo os sujeitos da investigação, devido à chamada de atenção pelo professor. São vários os protocolos que ilustram o que se caracteriza como o chamar a atenção do aluno. Vamos a alguns exemplos: O aluno não queria fazer a atividade proposta e ele partiu para cima como quem vai para uma briga. A minha reação na hora foi de me defender e mostrei para ele que não iria adiantar tal atitude. Chamei a atenção do aluno e ele levantou-se, pegou uma vassoura e correu atrás de mim. Eu saí da sala. Apesar da agressão física iminente, essa não chegou a se concretizar, convergindo ao plano de ameaça de ações interrompidas, no primeiro caso pela reação da professora e, no segundo caso, pela fuga da situação de risco ou de perigo. Contudo, a agressão verbal, por vezes, é acompanhada de ameaças explícitas, como as que seguem descritas nesses protocolos: Ao ser advertido por mau comportamento, o aluno ameaçou-me com palavras de baixo calão e que sua gangue poderia me pegar na rua. O aluno estava atrapalhando a aula com piadas, fui chamar sua atenção e ele me disse palavrões e que me apagaria na saída. Embora admitamos a seriedade dos contextos de vitimização de professores até então descritos, nada mais grave do que as situações sintetizadas nas seguintes declarações: Chamei a atenção do aluno que não deixava os colegas participarem da aula. Respondeu-me que eu era uma...[palavrão] e que não mandava nele. A seguir, atirou uma pedra pequena que tinha no bolso, acertando-me nos óculos, protegendo dessa forma o olho que seria atingido em cheio. Chamei a atenção do aluno. Ele me agrediu fisicamente com uma cadeira. Consegui acalmá-lo e contornar a situação sem envolver a direção. O aluno parou atrás de mim. Golpeou-me com um chute e um empurrão. Ao ser repreendido, o aluno empurrou a mesa sobre mim. Ainda que esta pesquisa não tenha como foco analisar quem são os sujeitos que praticaram tais atos, os ambientes físicos e sociais nos quais interagem, bem como seus processos de constituição psicossociais, não podemos desconsiderar que são efetivamente agressores. Diante dessas circunstâncias, a docência pode ser facilmente localizada como profissão de risco. (...) A falta de limites em relação ao que pode ou deve ser realizado no ambiente de sala de aula também foi apontada por professores como propulsora de agressões a eles dirigidas, os quais salientam, entre outros aspectos: Não gostam de cumprir normas estabelecidas. Acabam tendo atitudes inesperadas e agressivas. No momento em que o professor estava expondo o conteúdo, alguns alunos circulavam pela sala de aula, sem dar a mínima atenção ao contexto escolar. Há situações em que a falta de limites è aliada a insultos que invadem a esfera pessoal do professor: O aluno fez piada com os meus cabelos. Disse que na casa dele havia panelas para limpar. Defrontando-se com essas condições, uma professora argumenta: Muitos alunos falam palavrões em sala de aula. Escrevem em classes e paredes, ofendendo professores. Riscam os carros no estacionamento. Debocham de nós, nos desprezam. É como se nós tivéssemos direito de conquistar nada: um carro, uma casa, férias, uma viagem, um objeto bonito. Professoras que vêm bem arrumadas para a escola são motivo de chacota e fofocas dos alunos. Os jovens não respeitam seus pais, por que respeitariam a nós? Ousando adentrarmos no âmago dessas relações pedagógicas, podemos vislumbrar que os alunos podem estar reagindo a duas condições que são observadas nas escolas atuais: ausência dos pais ou excesso de permissividade no processo educativo dos filhos, o que se reflete nos comportamentos nos ambientes escolares, e a abordagem legal e pedagógica da avaliação, o que acaba repercutindo no valor atribuído à mesma por alguns alunos, conforme podemos inferir mediante a afirmação que segue: Durante a atividade, o aluno referiu-se a minha pessoa dessa forma: “não faço. Meu pai paga o seu salário. Sei que não vou rodar. Estou aqui porque fui obrigado. Nem em casa eu faço e ninguém vai me obrigar.” (...) Os comportamentos descritos acima parecem se referir somente a alunos de educação infantil e primeiros anos do ensino fundamental. Contudo, como explicado no início desta análise, a maior incidência de agressões dá-se entre o quinto e oitavo anos desse nível de ensino e, portanto, quando os alunos estão no início da adolescência. Como deixarmos de perguntar: esses adolescentes são afetiva, cognitiva e socialmente imaturos? Se assim forem, por que tais condutas assim se apresentam? Quais as intervenções educativas para superá-las? Essas perguntas são importantes, especialmente se considerarmos as duas colocações alçadas a seguir. A primeira diz respeito a que outras categorias, com menor incidência de casos, foram encontradas, tais como: agressão verbal por parte de mãe de aluno; ameaça verbal de mãe de aluno; dano patrimonial; agressão declarada em Orkut; não aceite de resultado de avaliação pelo pai; ameaça de morte por amigos do aluno. A segunda colocação refere-se às providências tomadas pelas escolas em relação à vitimização de professores, as quais têm se encaminhado, geralmente (35 casos), para a solicitação de presençados pais nas mesmas. Resta-nos indagar: solicitar a presença dos pais para se correr o risco de novas agressões? A escola chamou o responsável do aluno que começou a briga. O pai dele veio buscá-lo. Ao sair da sala, o pai do garoto começou a dar tapas no menino, batendo e gritando com ele. Pedi [a professora] que parasse, e o pai me xingou e disse que se protegesse o filho, eu é que precisava apanhar pra aprender a ter autoridade. No mais, nada foi feito. (...) Apesar do olhar vigilante e atento e de ações interventivas apoiadas em outras autoridades escolares, uma porcentagem bem menor comenta que efetivou, na ocasião, registro na escola e ocorrência policial. Dessas condições, sucintamente expressas e exemplificadas nos protocolos, decorre que 58% dos professores não se sentem seguros em termos de condições ambientais e psicológicas exercendo suas atividades profissionais. Traficantes nos portões das escolas. Gangues nas esquinas. Marginais infiltrados nas salas de aula. Segurança?????????????????????? Cada vez sinto mais dificuldades, principalmente pelas condições psicológicas a que somos submetidos: alunos indisciplinados, sem limites, famílias que não acompanham os filhos e ficam indiferentes aos apelos do professor e da escola, pressão pela porcentagem nas aprendizagens, que é nossa responsabilidade, mas que, muitas vezes, não depende só de nós, devido às condições do aluno (deficiência, problemas orgânicos ou psicológicos). Me sinto como se tivesse que enfrentar um leão a cada instante, ficando sempre no limite do stress. Alguns professores apontam que essa insegurança deve-se, também, ao conceito de autoridade e à ruptura das relações hierárquicas constituídas através dessa, a qual, segundo eles, poderia ampará-los nas suas decisões. Nas suas falas aparecem: Na escola pública e privada o professor é desrespeitado com freqüência e quando cobra atitudes da direção, ela apóia os alunos e seus familiares. Existe muita indisciplina como conversas altas, celulares ligados. Não existe mais o respeito às hierarquias numa escola Essa conjuntura, que pode colocar os professores nessa berlinda de micro-poderes, configura-se como realidade cotidiana experimentada na concretude das relações pedagógicas, mas que, geralmente, não é problematizada, teorizada e contextualizada nos cursos de formação de professores. Essa explicação encontra eco nas vozes de nossos sujeitos de pesquisa: Estamos expostos ao convívio com diferentes realidades. Não estamos preparados para trabalhar com alunos violentos e mal educados. Contudo, hoje, esses alunos violentos e mal educados são parte significativa de turmas que habitam nossas salas de aula! Talvez seja justamente por esse motivo que 87% dos professores desta investigação não se consideram amparados pela legislação educacional quando se vêem ou se viram vítimas de agressão por parte de alunos. Nada ampara o professor, e o aluno sabe disso. O professor procura conversar com os familiares. Em oposição ao desamparo legal sentido pelos professores, a lei está, dos seus pontos de vista, do lado do aluno: Mesmo que o aluno me agrida, eu não tenho direito de me defender, pois se o fizesse e sendo este menor de idade, ele tem total amparo na lei. O conjunto de leis, de proteção aos menores, dá idéia de impunidade entre os alunos e professores.Geralmente é um processo lento, resultados lentos e, nesses casos, o aluno tem muita proteção, mecanismos que os ampare, dependendo da situação, o professor de vítima passa a ser o vilão. Essa proteção acaba se refletindo nas condutas dos gestores: Na escola particular há muita vista grossa em relação ao que os alunos fazem. Mesmo tentando buscar soluções, nada se consegue fazer: são “menores”. Porque sempre o aluno acaba protegido, por ser menor, por ter um estatuto que o ampara. Além de tudo, parece que sempre o professor é culpado. Quando uma situação extrema acontece, é porque não utilizou uma metodologia adequada, não motivou os alunos ou não procurou compreender a história desse indivíduo, não teve um “olhar” diferenciado. Diante do exposto, o presente projeto procura, de um lado, fortalecer a posição jurídico-instrumental dos professores e, de outro, atribuir maior responsabilidade jurídica às escolas e aos pais na relação professor-aluno, além de exigir desses atores maior participação nessa relação social. Outrossim, dá ao professor o devido valor como profissional da educação, peça indispensável para as engrenagens de qualquer sociedade. Sala das Sessões, Senador PAULO PAIM LEGISLAÇÃO CITADA Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Vide texto compilado Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: II - direito de ser respeitado por seus educadores; Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI No 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973. Texto compilado Institui o Código de Processo Civil. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) § 5o Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002) § 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002) (Às Comissões de Direitos Humanos e Legislação Participativa e de Constituição, Justiça e Cidadania, cabendo à última a decisão terminativa.) Publicado no DSF, em 13/05/2009. Secretaria Especial de Editoração e Publicações do Senado Federal – Brasília-DF OS: 12606/2009

quinta-feira, 21 de julho de 2011

LEI DE LINGUAS DO PARAGUAI - LEY DE LENGUAS GUARANI

MOAKÀHA I

PYENDAKUÉRA OÑEMOĨVA KUAAPYRÃ

PEHÊNGUE I

OJEHUPYTYSÉVA

Vore 1ª. (peteĩha) Mba’erãpa. Ko rekome’ê omohenda mba’éichapa ojeporúta Paraguay retâ ñe’ẽ tee mokõivéva; ombohape tembiapopyrã oñemotenonde ha ypykuéra ñe’ẽnguéra retâmeguáva oñembojerioviaukávo ijepuru, ha avei oñemboaje kuaa ha§ua iñe’ẽngúva ñe’ẽ reko. Umivarã omoĩ tembiapopy mboguataharã tekotevẽva, omoañete ha§ua ñe’ê’etakuaaty Avarekokatukuaa tetãmba’éva.

Vore 2ª. Tekojoavyeta rehe. Paraguay Pokatuenda oñangarekova’erã hekojoavyeta ha iñe’êkôire, tove tojehapyaty ha tahekojera ñe’ê mokôive, haupéicha avei toñeñangereko ha toñemotenonde ypykuéra reko ha iñe’ênguéra.Pokatuenda oykekova’erã chupekuéra iñepia’ãme, ojepytaso jave iñe’ënguéra jeporu ha ñemyasãi rehe opa hendáicha ha opaite hendápe, ha oñangarekova’erã avei oñemboajévo ambue ñe’ê oiporúva tapicha aty reko ambuéva, oîva tetãpýre.

Vore 3ª.Ñe’êtee rehe. Tetã ñe’êtee oî ha ojeporu jojava’erã mbohapyve Pokatu Moakãhápe ha opaite tetã rembiapo oñemboguatahápe. Pokatuenda ombojeroviaveva’erã guaraní ñe’ê, kóva tetã reko tee kuaaukaha, tetãyguápe ombojoaju ha omopeteîva, ha ñe’ê ojeporuvéva tetãpýpe.

Vore 4ª. Guarani ñe’ê tetãnguéra joajúpe. Pokatuenda oku’eva’erã ikatu ha§uáicha guarani ñe’ê ojehechakuaa umi tembiapopy mboguataha, tetãnguéra joajuhápe ha oikehápe Paraguay ñe’êteéicha.

Vore 5ª. Ypykuéra ñe’ê motenonde rehe. Paraguay Pokatuenda ohechava’erã mba’éichapa ikatu oñemoingove akói ha oñeñe’êmeme mayma Amérika ñe’ê ypykue, tetãpýpe ha avei opa tembiapopy mboguataha tetãnguéra joajurã oîva ha oikehápe Paraguay.

Vore 6ª.-Pytagua ñe’ê mbo’e rehe. Paraguay Pokatuenda omongu’eva’erã pytagua ñe’ê ñembo’euka ha omotenondeva’erã umi tetã ñe’êtee omboguatáva hendive tembiapo joaju.

Vore 7ª. Ñemboyke’ÿ Ñe’ê’etakuaaty puru rehe. Noñembo’ykéi ha ndojeapo’iriva’erã mba’eveichagua tapicha ha tapicha aty aipo iñe’ê ambuehaguére. Umi tekoruvicha tekojoja renda ikatupyryva’erâ oikûmby ha§ua oiméramo ojapyharáva ã mboaje oñeme’êva mayma tapicha Paraguay oikóvape.

Vore 8ª. Je’e reko tekojoja momba’épe. Mayma je’eme’ê ojejapóva opaichagua mburuvicha renonde ha kuatia tetâmegua ha tetâ’ÿva, pe oje’éva katuete oñemomba’eva’erâ opa he’íva jepéramo ndahe’ipáiramo oimeraê ñe’ê mokôivape. Ojeporúramo iñe’êngúva ñe’ê, oñembohasava’erä Paraguay ñe’êtee peteîva ouporâvéva oñemboguata ha§ua upévape.

PEHẼNGUE II

ÑE’Ë’ETAKUAATY MBOAJE REHE

Vore 9ª. Ñe’ê’etakuaaty mboaje peteîteîme §uarâ. Opavaite tapicha oikóva Paraguay retâme oguereko tekome’ê â mba’épe:

1 - Oikuaa ha oiporúvo mokõive Paraguay retâ ñe’êtee, oñe’êvo ha ohaívo ha ombohováivo ichupe tetâ mba’apoharagua ñe’ê oiporúvape. Ypykuéra oguereko rekome’ê avei oikuaa ha oiporúvo iñe’ê tee.

2- Oñemomarandúvo ichupe iñe’ême umi mba’apohára tetâ’ÿvare, opaichagua marandu tembiapo ha oikuaasévagui rehe,

3.- Oñemo§uahêvo ichupe marandu tee guaraní ha castellano-pe, kuaaukaha tetâmba’e rupive térâ umi kuaaukaha tetâgua’ÿva rupi, omyasâiva marandu tee retâygua rehe.

4.- Nomboykéivo ichupe avave oiporuhaguére ñe’ê oiporuséva.

5.- Oiporúvo oimeraêva Paraguay retâ ñe’ê tee tekojoja motenondehára renondépe ha oñemboguapývo iñe’êngue kuatiápe oñembohasa’ÿre ambue ñe’ême. Tapicha oipurúva ambue ñe’ê ikatu oñepytyvõuka iñe’ê oikuaávare oikéramo rekokarâime.

6.- Ojehekombo’évo ichupe iñe’ê ypykuépe oñepyrûvo oñemoarandu mbo’ehaópe Paraguay retâ ñe’ê tee peteîvape térã ypykue ñe’ême.

7.- Oikuaapyhývo ambue Paraguay retâ ñe’ê ha pytagua ñe’ê.

Vore 10ª.Ñe’ê’etakuaaty mboaje oñondivéva tetâ rembiapo rehe. Tetãygua mba’e ñe’ê’etakuaaty rekome’ê rehe:

1.- Orekóvo ñe’êkôi tekombo’e guarani ha castellano pe tetâ rekombo’e mbo’ereko pukukue javeve, iñepyrûha guive hu’ã meve, ha ypykuérape iñambueva’erâ.

2.- Orekóvo hembiporúrõ Pokatuenda rembiapo mokõive ñe’ë teépe.

3.- Orekóvo joja mokõive ñe’ê tee Pokatuenda mba’e umi momarandu ha upéicha avei apopyrâ Pokatuenda omyasâiva ambue momarandu tetâ mba’e’ÿme rupive.

4.- Orekóvo marandu tetâ mba’éva ha omoîvo chupe opaite mba’e rechaukaha mokôive tetã ñe’ê teépe.

Vore 11ª.- Ñe’ê’etakuaaty mboaje oñondivéva tavamba’e aty rehe. Tavamba’e aty rembiapo heko ambuéva oreko â ñe’êkuaaty mboaje:

1.- Ojehechakuaávo ñe’ê’etakuaaty itavamba’e ambue rehe.

2.- Akói omboguatávo hetâ ñe’ê ha reko tee mba’éva rehe.

3.- Ijatývo hapichakuéra hetâ ñe’ê ha reko ndive, oipysyrõ ha omotenondévo imba’e reko ha iñe’ê tee.

4.- Oñepytyvõvo chupekuéra opaite tapicha paraguaygua rupive ojecha vaírô tetã yvy rembe’y ndive.

Vore 12ª. Ypykuéra reko Pokatuenda rembiaporãngatu rehe. Ypykuéra oîva Paraguay retâme oguereko Pokatuenda omboajéva oñeipytyvõvo ichupekuéra ikatu haguãicha iñe’ê ha reko yma oikove are ha osyryry porâ, omombarete ha§ua hekoteete.

Vore 13ª. Ypykuera’ÿ reko ambue mbovýva rehe. Umi tavaygua ypykuera’ÿva heko ambue mbovýva oreko oñemboajévo oñeipytyvõvo oikuaaha’ã ha oiporupotávo tetã ñe’ẽnguéra tee, oheja’ỹre hetâ ñe’ẽ mba’e.

PEHÊNGUE III

ÑE’ÊTEE JEPORU TETÃ REMBIAPOPY REHE

Vore 14ª. Tetã rembiapoukapyeta ha tekome’ê rehe. Mayma rekome’ê oñemboajéva Paraguay retãme, osêva’erã castellano ñe’ême ha Pokatuendagua opaichagua rendaguáva orekova’erä ikuatiakuéra mokôive tetâ ñe’ê teépe, oñemohendáma guive achegety ha ñe’êtekuaa tee omboajéva ojeporu ha§ua. Upéicha ojejapova’erâ avei opaichagua tembiapoukapy ndaha’éiva rekome’ê reheve ha umíva apytépe oike tavao rembiapoukapy, oñenohê rire pe achegety ha ñe’êtekuaa tee omboajéva guarani ñe’ê.

Vore 15ª. Tekojoja rembiapopy jeporu rehe. Tetâ ñe’ê tee mokôive ojeporuva’erã tekojoja apohápe. Upépe oîva’erâ pytyvôhárakuéra ikatupyrýva mokõive ñe’ême, ñomongeta ha ñembokuatiápe. Teko ruvicha rembiapoukapy oñemohu’ãva, tapicha oñe’êva guaraníme año rehegua, ojejapova’erâ mokôive tetâ ñe’ê teépe, oñemohenda rire achegety ha ñe’êtekuaa tee omboajéva guarani ñe’ê.

Vore 16ª. Marandu rehe. Umi maranduhai, kuatiamyanyhêrâ ha opaichagua kuatiahai retâmba’éva ojejapova’erã tetâ ñe’ê tee mokôivépe. Upéicha avei tetâ moherakuâhai tee ojeporu jojava’erã ñe’ë tee mokõivéva, oñemoî rire achegety ha ñe’êtekuaa tee omboajéva guarani ñe’ê.

Vore 17ª. Oñemba’apo ha§ua tetã rembijokuáirõ tekotevê ikatupyry mokõive ñe’ê teépe. Tapichakuéra omba’aposéva tetã rembijokuáirõ, taha’e Paraguay Pokatuenda térã tekuairenda ha Tavao poguýpe, ikatupyry jojárô hembiapópe, ojeporavóta upe ikatupyryvéva tetâ ñe’ê tee mokôivévape, ñe’êkuaa ha ñomongetápe. Umi omba’apómavavoi ha ojesareko katuíva tapichakuéra rehe, oguereko po ary oñembokatupyry ha§ua mokõive tetä ñe’ë tee mokôivépe. Ypykuéra rekohápe ojeporavóta umi tapicha ikatupyryvéva ypykuéra ñe’ême, ñe’ê’etakuaaty ha ñomongetápe.

Vore 18ª. Tapichamba’e terakuaaukaha rehe. Tapicha terakuaaukaha, tetâhasarâ ha mayma kuatia jekuaaukaha, oñenohêva’erã ñe’ë tee mokôivépe, oñemoî rire achegety ha ñe’ëtekuaa tee omboajéva guarani ñe’ê.

Vore 19ª. Kuatia mbojaragua ñemboguapy tetã oñongatukaha rehe. Opaichagua kuatia ha mba’e jerereko rechaukaha oñemboguapyva’erã upe tetã oñongatukahápe ojehai ypyhagueichaite tetã ñe’ê tee ojehaihaguépe.

Vore 20ª.Terakuaaukaha hai’anga me’êha rehe. Tetã oñongatukaha ome’êva’erã hai’anga castellano térã guaraníme ojerureháicha pe oikotevêva ÿrõ katu ñe’ê mokôivévape, ojerekóma guive jehaipyre. Oiméramo nahesakãporãi he’iséva térã ojapyhýva umi kuatia, oñemomba’eva’erã pe ijypykue he’íva.

Vore 21ª. Tendaréra ñemoañete rehe. Umi táva, ysyry, yvyty, ha ambue yvy joavyha réra oîva guaraníme ha ambue ypykuéra ñe’ê haipyrépe. Oñembojevyva’erã avei umi téra tuja oîva gueteri tekohaygua mandu’ápe, ojeruréma guive tavaygua upepegua avei oñemoingovepy jey umi tendaréra jepigua oikóva gueteri mandu’a heseve.Umi tendaréra ojehaiva’erã upe ñe’ê omoîva’ekue chupe herarã achegetýpe.

Vore 22ª. Haiheseguáva rehe. Oñemoî rire achegety ha ñe’êtekuaa tee omboajéva guarani ñe’ê, umi mba’erepykuéra ryru, hi’upyrâ, pohâ ojejapóva tetâme oguerekova’erâ haiheseguáva tetã ñe’ê tee mokõivépe.

Vore 23ª. Aranduvusu mombe’uha rehe. Oñemoî rire achegety ha ñe’êtekuaa tee omboajéva guarani ñe’ê opaichagua kuatia aranduvusu mombe’uha tetâ rekombo’e ryepygua pukukue, oïva’erã mokõivé tetã ñe’ê tee mokôivépe ha peteï hovárente.

Vore 24ª Marandu mba’yrumýi reroja rehe. Mba’yrumýi tapicha rerojahápe, marandu ojehaíva ha oñehendúva ojejapova’erã tetã ñe’ê tee mokõivépe ha tapichakuéra oiporuvéva ñe’ê tapiávevape.

Vore 25ª. Teramoîchaukaha rehe. Tekuairenda há tavaokuéra oguenohêva’erã tembiapoukapy ha oñangarekova’erâ imboaje rehe oñemoî ha§ua tetã ñe’ê tee mokõivépe opaichagua téra ojehechaukáva tape réra, rechaukakuaaty, óga réra ñemuha, mbo’ehao atyha, aranduo, vy’aha, ava atyha, ñembosarái atyha,tupâo renda réra ha ambuevéva. Ypykuéra oikohápe, ojepuruva'erã iñe'ê tapiáva ojehaívo umi teramoîchaukaha.

PEHẼNGUE IV

TEKOMBO’ÉPE ÑE’ÈNGUÉRA JEPORU.

Vore 26ª. Ñe’ẽ peteîha rekombo’e rehe. Mitã oikóva Paraguay retâme oreko rekome’ê ojehekombo’e ñepyrũvo iñe’ẽ ypykuépe, ha’éma guive upéva Pokatuenda ñe’ẽ tee peteîha. Ypykuéra retâ omoñepyrũkuaa mitã ojehekombo’e iñe’ẽ teépe. Ambue tapicha reko aty ha iñe’ẽ ambuéva oiporavova’erã tetã ñe’ẽ tee peteĩva..

Vore 27ª. Tekombo’e tavamba’e’aty jeike rehe. Kuaitao Rekombo’e ha Arandukua tekotevê omba’apo tavamba’eaty rekombo’egua ndive ikatuha§uáicha oñomopeteĩ mba’e ñe’ẽme mitãnguéra ojehekombo’e ypýta. Upe ñe’êkôi rekombo’e poravópe ojehechaporãva’erã mba’e ñe’ẽme mitãnguéra ikatupyryve ha oĩpa tavamba’e’aty rekombo’egua upépe oykeko haguãicha mbo’erã reko.

Vore 28ª. Ñe’ẽtee tee mbo’e rehe. Ñe’ẽnguéra tee oñembo’eva’erã opavaite mbo’ehao tetã remimoĩvape ha ha’e’ỹvape, oĩma guive tekombo’e ryepy pukukuépe, tekotevê ojeporu tapereko añeteguáva omongatupyrýva ñomongetarâme.

Vore 29ª. Mbo’ekuaakatu rembiporu ñe’ẽteeháicha rehe. Ñe’ẽ tee mokôivéva ojeporuva’erã opaite mba’e jeporombo’épe iñepyrũete guive hu’ãite peve: ijypyguápe, tekotevẽkuetévape, mbytepegua ha yvatevéva mbo’e, oñekotevẽháicha katupyry rekombo’e pa’ûme.

Vore 30ª. Mbo’ehararã ñembokatupyry rehe. Mbo’ehao ombokatupyrýva mbo’ehararãme ombosako'iva’erã mbo’ehára iñe’ẽkõiva, guarani ha castellano-pe. Tekotevẽhápe omba'apokuévo mbo’eharakuéra oiporuva’erã tetã ñe’ẽ tee mokôivéva ombo’e ha§ua opaite mba’e. Ypykuéra rekohápe oñembokatupyryva'erã avei iñe'ẽme ãva oipuru kuaa ha§ua oporombo’e jave.

MOAKÂHA II

TETÂ ÑE’Ê’ETAKUAATY AVAREKOKATUKUAA ÑEMOĨ HA ÑEMOHENDA MBOGUATA HA$UA REHE.

PEHẼNGUE I

MBA'E'APOHA REHE

Vore 31ª Heseguáva rehe. Ñe’ê’etakuaaty Avarekokatukuaa Rerekua mba’e’apoha renda oîva Tetâ Ruvicha poguýpe, omba'apótava jekupytýpe Kuaitao Rekombo’e ha Arandukuaa ha Arandukuaa Tetâygua ndive. Hembiaporã oñemboja’o mbohapy motenondeha guasúpe: Ñe’ê’etakuaaty Mboapopyrâ Motenondeha, Ñe’ê’etakuaaty Kuaareka Motenondeha ha Ipykuéra Ñe’ê Aranduñongatu ha Moherakuâ Motenondeha.

Vore 32ª. Mba’e’apoha ñemoĩrâ rehe. Tembiapora’ârâ, mboguataporâ ha hechajo’ajey Tetâ ñe'ê’etakuaaty avarekokatukuaa rehegua oî mba’e’apoha pyahu poguýpe rekome’ê rupi. Tetä Viru Jepururä ñembohysýipe oñeme’êva’erâ tekotevêva guive omba’apo porä haguä.

Vore 33.Sâmbyhyhára Rerekua rehe. Ñe’ẽ’etakuaaty Avarekokatukuaa Rerekua oisãmbyhyva’erã Hekopya’éva Rerekua oñemoĩva tetã ruvichapavẽ potapy rupive,osẽva’erã tapicha ikatupyrýva añetéva pe tembiapo apytégui, rekome’ê he’iháicha.

Vore 34ª. Ñe’ẽ’etakuaaty Avarekokatukuaa Rerekua rembiaporã tee. Ñe’ẽ’etakuuaaty Avarekokatukuaa Rerekua oĩ mburuvichárõ omboguataporâ ha§ua, mayma Paraguay retâygua ndive avei ha’e’ÿva remimoĩmby ñe’ẽnguéra rehe omba’apóva ndive. Ombohapeva’erã ñe’ẽnguéra jeporu porãve, ha tenonderãite tetã ñe’ẽ tee mokõivéva, taha’e ñe’ẽasãime, tekombo’épe, tekojoja apópe,ñemuhápe,kuatiamongu’épe,avarekokatukuaa, mba’apokuaáva ha opaite tapichakuéra ojotapytépe.

Omyenondeva’erã kuaareka mba’éichapa ojepuruhína Paraguay retâ ñe’ẽnguéra.

Vore 35ª. Tekotevẽva ojeguereko mba’aporâ Sãmbyhyhára ha Motenondeháraramo. Omba’aposéva Hekopya’éva Rerekuáramo oguerekova’erã aranduvusu rechaukaha ome’ẽva’ekue ichupe Mbo’ehaovusu oñemoaranduha ñe’ẽnguéra reko jekuaápe. Umi tapicha ojekuaava’erã iñaranduha; oiporukuaava’erã tetã ñe’ẽ tee mokõivéva ha ohechaukava’erã oikuaa porãha Paraguay ñe’ẽ’etakuaaty. Motenondeharakuérape ojejerureva'erâ peichaite avei.

Vore 36ª. Tetâ rembijokuáirô katupyry rehe. Tapicha omba’apótava ñe’ẽ’etakuaaty rerekuáramo omyenyhẽmbaiteva’erã tekome’ê ojeruréva opavave tetã rembijokuáipe. Ikatupyryva’erã ñe’ẽ ñemboheko rakã peteĩvape ha ha’eveva’erã oiporúvo ñomongeta ha jehaípe tetã ñe’ẽ tee mokõivéva.

Vore 37ª. Ñe’ê’etakuaaty Mboapopyrâ Motenondeha rehe. ko terekua mboja’opy ombohekova’erã tekome’ê he’íva, ikatukuaa haguãicha oñemoañete hembiapoukapy. Omongu’eva’erã opaichagua apopyrã oporo’ykekótava ojeporu porãve ha§ua mayma Paraguay retâ ñe’ẽ ha tenondete ñe’ẽ tee mokõivéva, opáicha ha opaite hendápe.

Vore 38ª Ñe’ê’etakuaaty Kuaareka Motenondeha rehe. ko terekua mboja’opy ohapojo’o ha oipyguarava’erã mayma ñe’ẽ Paraguay retâme ojeporúva, ombojehupotávo tembikuaa pyahu oñembokatupyry kuaátava ñe’ê’etakuaa mboapopyrâme.

Vore 39ª. Ipykuéra Ñe’ê Aranduñongatu ha Moherakuâ Motenondeha rehe. ko terekua mboja'opy ombyaty ha oñongatupaiteva’erã ã tendupyrã ha ã techapyrãme opavaite ypykuéra ñe’ẽ, ha tenonderãite umi oguepotáva, oikuaaukapotávo tetãyguára retakuépe. Omongu'eva’erã tembiapopy oikuaaukáva ypykuéra ñe’ẽ tetãygua apytépe, opaite hendáicha.

Vore 40ª. Ñe’ê’etakuaaty Mboapopyrâ Motenondeha rembiaporâite rehe.ko mboja’opy ojapova’erã katuete ã mba’e:

1.- Oñangarekova’erã poyhu opavaite tapicha ha tapicha aty mboaje iñe’ẽnguéra rehegua ko rekome’ê he’iháicha.

2.- Ombojerovia’arâ anítei ojeporu’yke peteî tetã ñe’ẽ tee ha oñemboapo’ise ambue ñe’ême.

3.- Omongu’e ha ohechajevy’arã ojeporu porãpa tetã ñe’ẽ tee kuéra umi kuatia imyenyhẽmbyrãme ha mayma kuatia hechaukaha ojejapóva tetã rembiapopýpe. Upéicha avei umi haipyre oñemoĩva ojehecha ha§uáme ha tapekuéra réra omoĩva Távarekuái.

4.- He’iva’erã mba’eichaitépa ojeporúta tetã ñe’ẽ tee mokõivéva ha ypykuéra ñe’ẽ puhoe ha ta’ângambyrýpe.

5.- Omongu’eva’erã tojeporu tetã ñe’ẽnguéra tee ha ypykuéra ñe’ẽ umi mba’e pyahu osẽva tembiporurãme ha avei mba’e’apopy arandukuaápe.

Vore 41ª Ñe’ê’etakuaaty Kuaareka Motenondeha rembiaporâite rehe. ko mboja’opy ojapova’erã katuete ã mba’e:

1.- Omongu’e ha oykekova’erã opaichagua mba’e’apopy ojekuaa porãve guarani ha castellano paraguay reko, ha’e rehe ãva tetã Paraguay ñe’ê teemba’e. Upévare oñemomba’eguasu ha oñembo’eva’erã ko’ã ñe’ẽ reko, ikatu ha§uáicha tapicha ojapyhy imba’e teéicha ha ãva rupive ojekuaauka ha’ehaichaite.

2.- Oheka ha ojuhupaiteva’erã mayma ñe’ẽ Paraguay retâme ojeporúva, oipapa tapicha oñe’ẽva ñe’ẽ, ha ombopyahuva’erã manterei umi kuaapyrã papakuaaty oguerúva, oĩma guive tetãpýpe tapicha aty oiporúva umi ñe’ẽ.

3.- Ombohovaiva’erã opaite tapicha ha mba’e’aty remiporandu ñe’ẽ’etakuaa reheguáva.

4.- Ambue ohóva hembiaporâ pe Ñe’ê’etakuaaty Avarekokatukuaa Rerekuáre .

Vore 42ª Ipykuéra Ñe’ê Aranduñongatu ha Moherakuâ Motenondeha rembiaporâite. ko mboja’opy ojapova’erã katuete ã mba’e:

1.- Ombyaty ha oñongatupaiteva’erã ã tendupyrã ha techapyrãme opavaite ypykuéra ñe’ẽ, ha tenonderãite umi oguepotáva, oikuaaukapotávo tetãyguára retakuépe.

2.- Omongu’eva’erã tembiapo omoingove jeypotávo umi ñe'ẽ.

3.- Omongu'eva’erã tembiapopy oikuaaukáva, omboajéva ha omokyre'ỹva ypykuéra ñe’ẽ jeporu tetãygua apytépe ha’e rupi umíva tetã mba’e tee apyterekuete.

PEHẼNGUE II

GUARANI ÑE’È ARANDUVUSU REHE

Vore 43ª. Aranduvusu heseguáva rehe. Guarani Ñe’ê Aranduvusu tapicha aty oĩ’’ỹva Pokatuenda poguýpe, oipytyvõva tetãme ha tetãyguápe, oñembohekova’erã avaramoguáicha ha oguerekova’erã mba’e imba’eteéva. Omoañeteva’erâ mbohekorâ hesehuáva.

Paraguay Pokatuenda ome'ẽva'erâ viru hembiporurã pe Tetâviru Jepururâ Ñembohysýiva ary pukukue, oipytyvô hagua Guarani Ñe’ê Aranduvusu omboguatávo hembiapoita.

Vore 44ª. Aranduvusu retepy rehe. Guarani Ñe’ê Aranduvusu pópe omoĩ ipokatu mayma tetãygua ko ñe’ẽ oiporúva, hérape oiko haguã ko ñe’ẽ reheve. Ipype oĩva’erã umi tapicha herakuãguasuvéva ko ñe’ẽ jekuaápe, ñe’ẽ porã ñemoasãime ha iporombo’épe. Umíva hetakuépe ndohasaiva’erã 30-gui. Oĩva’erã 15 tenondeguáva oiporavova’ekue ñoha’ã Ñe’ẽ’etakuaaty Avarekokatukuaa Rerekua rupive. Upevarã ombojovakeva’erã Kuaamombe’uha, tembiapokue, tapykuere, mba’e guasueta ha teko marangatu. Âva ipyendava'erâ tapicha rembiapo térâ ijehaipýpe ha mbo'ehára reko rapykuerépe. Pe aty ñepyrũmby omoĩva’erã Aranduvusu mbohekorâme upe rire oiporavova’erã iñirũnguerarã oĩmba meve.

Vore 45ª. Aranduvusu rembiaporã rehe.Guarani Ñe’ê Aranduvusu rembiaporãngatu ñe’ẽ ñemboheko â mba’épe, ijehai, iñe’ẽndy, ayvureko,ñe’êtekua ha iñe’ẽsyrýpe. Oguenohẽva’erã guarani ñe’ẽryru ha ijeporuporã reko tee. Umivarã ohapojo’o pypukuva’erã avañe’ẽ ha ojapysakaporãva’erã ñe’ẽ ojeporúva rehe.

Vore 46ª.Hembiaporãite rehe. Guarani Ñe’ê Aranduvusu omba’apova’erã katuete ã mba’e rehe:

1.- Ombohekojojava’erã ko ñe’ẽ jeporureko ha upevarã ohaporekava’erã ha ohendukuaava’erã ñe’ẽ poruharakuérape.

2.- Omopeteĩva’erã guarani achegety ha upéva oñepyrũva’erã pe Tetã Amandaje Pavẽ Moĩmbahára oiporuva’ekuégui ary1992.

3.- Ojapo ha ombopyahúne katuete ipukukuére guarani ñe’ẽ ryru tee.

4.- Omboajeva’erã guarani ñe’ẽ reko teete, ombokuatia ha oikuaauka. 5.- Ojapova’erã ñe’ẽ ryru ayvureko aty mba’apoharakuéra rembiporurã ha tembikuaa remikotevẽme guarã.

6.- Ohekava’erã mba’éichapa guarani ñe’ẽ omongakuaa porãvéta iñe’ẽndy ha tenondete umi tape ombopyahu ha oguerojerakuaátava ko ñe’ẽ, omokangy’ỹre heko tee, iñe’ẽpu, ijysaja, iñe’ẽjoaju reko ha iñe’ẽsyry.

7.- Osẽva’erã ombyaty ñe’ẽ pyahu omoheñóiva ijeheguirei ñe’ẽ guarani poruharakuéra, omboaje ha omoneĩ ijeike guarani ñe’ẽ ryrúpe.

8.- Oñeha’ãva’erã oguerojere ñe’ẽ yma ho’ava’ekue tesaráipe, omoingovejey ha omoĩ ojeporujey haguãicha.

9.- Ombohapeva’erã oike umi ñe’êndy ypykuéra guaranietéva ñe’ẽ, oîva guarani pehê ñe’e’etakuaatýpe.

PEHẼNGUE III

TEMIMOĨ PAHA

Vore 47ª. Castellano ñe’ê mboheko rehe. Castellano ñe’ẽ ombohekova’erã Aranduvusu oîva Paraguay retâ motenondeha rupi.

Vore 48ª. Ñe’ẽ’etakuaaty Avarekokatukuaa rerekua sapy’aitegua retepy rehe. Oñemoĩmba meve Sãmbyhyhára Ñe’ẽ’etakuaaty Avarekokatukuaa Rerekua ha oñeme’ê meve chupe hekotevë Tetâviru ñembohysýigui omotenonde sapy’áta Comisión Nacional de Bilingũísmo.

Vore 49ª. Pokatuenda Mba’e’apoha rehe. Umi mba’e’apoha omboguatátava ko tekome’ê rupi, ohenduva’erã mayma tapicha aty, ñe’ẽ’etakuaaty rehe omba’apóvape, omo’añetekuévo ñe’ê’etakuaaty avarekokatukuaa rehegua omoĩva tetã; umíva ndive ha oñondivepa ombohapeva’erã ohóvo ko’ã tembiapoukapy peteî ñe’ême ha mbeguekatúpe.

Ypykuéra apytépe ha'ekueraite ombohapeva'erã iñe'ẽnguéra ñemboheko.

Vore 50ª. Mbohekorâ. ko tekome’ê omohenda ha omboguatáva ombohekova'erã umi vore oñe'ẽva iñe’ẽngúva ñe’ẽ rekóre ha umi mba’e hypy'ũeterei rupi oikotevẽva ñemyesakã rehe.

Vore 51ª.- Ñemboguataporâ. Tembiapoukapy osêva ko tekome’êgui tekotevêva oñemboguapy kuatiápe oñepyrûta ojejopy oñemoañetepotávo ohasa rire mbohapy ary Guarani ñe’ê Aranduvusu omboheko rire guarani achegety ha iñe'ê reko oñembokuatia rire.

Vore 52ª Tojekuaaukáke Tetã Ruvichapavẽme.