AQUI E AGORA TEM

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

ATIVIDADES PEDAGÓGICAS SUGERIDAS


ATIVIDADES PEDAGÓGICAS SUGERIDAS

 

 

 

ATIVIDADE 01 -  CONCORDO, DISCORDO OU TENHO DÚVIDAS

 

Finalidade: 

Debater preconceitos associados à questão da diversidade sexual de modo a desconstruir visões cristalizadas.

 

Tempo previsto:  120 minutos

 

Materiais necessários:

03 folhas de papel sulfite escritas em cada uma: CONCORDO, DISCORDO ou TENHO DÚVIDAS,

01 texto de apoio para todos/as.

06 tarjetas com as seguintes afirmações:

A - As  pessoas  podem  escolher  se  querem  ser  homossexuais,  bissexuais  ou  heterossexuais.

B - A maior parte das mulheres que se tornam lésbicas é porque foram abusadas por um homem na infância.

C - Um menino que foi criado por um pai homossexual tem mais chance de se tornar um homossexual ou um travesti.

D - Um homossexual que queira se curar de sua homossexualidade deve procurar um  psicólogo ou um líder religioso.

E - Travesti é o homem que se traveste de mulher para se prostituir.

F- Transexual  é  aquela  pessoa  que  nasceu  com  um  determinado  sexo,  mas  que  se  6acha/sente de outro.

 

Procedimentos:

01 • Afixe as três folhas nas paredes, uma bem separada das outras.

02 • Peça que os/as educadores/as se levantem e diga-lhes que você lerá uma afirma-ção relacionada à questão da diversidade sexual.

03 • Explique que, depois de ler a afirmação, eles/as deverão se dirigir a um dos lugares da sala em que estão afixados os cartazes, ou seja, quem concordar deve se locomover até o cartaz escrito CONCORDO, e assim por diante.

04 • Quando todos/as estiverem  posicionados  junto  ao  cartaz  ao  qual  se  dirigiram, peça-lhes que justifiquem sua posição. Estimule os três grupos a falar porque optaram por aquela resposta.

05 • Após uma breve discussão, leia uma nova afirmação e repita o procedimento até terminar as frases.

06 • Encerre solicitando  que  os/as  alunos/as  voltem  a  seus  lugares,  distribua  o texto e proponha uma leitura compartilhada.

 

Texto de apoio

Existem diferentes formas de ser homem ou ser mulher. Existem, também, diferentes formas de viver, de expressar a sexualidade, de amar, de desejar.

Os papéis relacionados aos homens e às mulheres são culturalmente definidos, ou seja, uma pessoa nasce macho ou fêmea, mas a maneira de ser homem ou de ser mulher é aprendida de acordo com o que é considerado “desejável” por uma determinada sociedade.  Em nossa sociedade, por exemplo, espera-se que os homens sejam viris, machos, heterossexuais, determinados, fortes.  Por outro lado, espera-se que as mulheres sejam maternais, delicadas, femininas, dóceis.

Sentir atração afetivo-sexual ou desejar uma pessoa do mesmo sexo não é um erro da natureza, é apenas outra forma de expressão da sexualidade e da capacidade de amar do ser humano. A homossexualidade (feminina e masculina), a bissexualidade, transexualidade e a travestilidade não são doenças. Portanto, não se aplica a ideia de que é possível “curar” essas manifestações de sexualidade.

Para compreendermos melhor a diversidade sexual, o melhor caminho é compreender a sexualidade em  três  de  seus  aspectos  fundamentais,  sendo  que  dentro  de  cada  um/a de nós eles interagem de maneira dinâmica. São eles: sexo biológico, identidade sexual e orientação sexual.

O sexo biológico  é constituído pelas características fenotípicas (órgãos genitais, mamas, barba) e genotípicas (genes masculinos e genes femininos) de nosso corpo. Existem somente dois sexos: masculino e feminino.

A  identidade sexual  está vinculada à ideia de quem acreditamos ser. Três aspectos são importantes na definição da identidade sexual: as características físicas da pessoa, o contexto familiar e social em que se insere e a maneira como se sente. Desse modo, ainda que  o  sexo  biológico  seja  importante  para  a  definição  da  identidade  sexual,  não  é  esse o único fator relevante. Existem pessoas que acreditam ser homem e mulher ao mesmo tempo, ou seja, têm simultaneamente uma identidade feminina e masculina e são denominadas travestis. Além disso, existem pessoas que têm uma identidade sexual oposta a seu sexo biológico, que são chamadas transexuais.

A  orientação  sexual  pode  ser  homossexual  quando  se  deseja  pessoas  do  mesmo sexo, bissexual quando se deseja pessoas de ambos os sexos e heterossexual quando se deseja pessoas de outro sexo. Algumas pessoas se referem à orientação sexual como se fosse uma opção sexual. Entretanto, isso é um equívoco. A orientação sexual não depende de escolhas conscientes e não pode ser aprendida. Ainda que não se encontrem definições claras na literatura, acredita-se que múltiplos aspectos psicológicos, sociais e genéticos estejam relacionados com a orientação do desejo. O mais importante é que respeitemos o direito de homossexuais, bissexuais e heterossexuais de serem o que são e que criemos condições para que cada um possa reconhecer e admitir os próprios desejos.

 

 

 

 

ATIVIDADE 02 – DIVERSIDADES E VIOLENCIAS

 

 

Objetivo:

Discutir as diversas formas de violência e agressão do cotidiano da escola e no espaço público, especialmente em relação aos/às adolescentes e jovens LGBT.

 

Materiais necessários:

Folhas de papel sulfite, canetas, fita crepe, lousa e giz.

Tempo:  120 minutos

 

Séries: 1º ao 3º ano do Ensino Médio

 

Procedimentos:

01 •  Distribua aos/às alunos/as tiras de sulfite e canetas.

02 •  Escreva na lousa a palavras VIOLÊNCIA e, em seguida, apresente o conceito de violência abaixo:

Há diversas formas de violência. Quando falamos em violência, geralmente pensamos em pessoas malvadas, que agridem, roubam e matam. Entretanto, se prestarmos atenção, veremos que existem outras possibilidades de exercício da violência que estão presentes o tempo todo nas relações entre as pessoas.

Alguns exemplos:

  uma pessoa menospreza outra por características como cor, idade, classe social, orientação sexual;

  uma pessoa se utiliza da outra, por meio da autoridade, da chantagem ou da ameaça, para obter o que deseja;

  uma pessoa trata a outra com indiferença e desrespeito.

03 •  Explique que, ao contrário do que imaginamos, a violência não está só nas notí-cias dos jornais e do lado de fora da escola. Ela se manifesta, por exemplo, numa atitude de desprezo a uma pessoa por ela ser diferente fisicamente, pensar ou agir de modo diverso ao nosso.

04 •  Pergunte aos/às alunos/as quais seriam, na escola, as situações em que a violência aparece por causa de diferenças.

05 •  Conforme falarem, escreva as palavras no quadro.

06 •  Procure  relacionar  quais  tipos  de  agressões  se  aplicam  para  qualquer  pessoa  e quais aquelas que atingem mais os/as heterossexuais, os/as homossexuais ou os/as bissexuais.

07 •  Incite o debate a partir das questões seguintes:

A - Como nos sentimos quando somos vítimas de ações agressivas? E quando somos os/as agressores/as?

B - Vocês já presenciaram alguma cena de agressão ou de xingamento contra jovens LGBT? O que aconteceu? Que atitudes vocês tomaram?

C - O que podemos fazer coletivamente na escola em que estudamos para evitar  agressões e xingamentos contra adolescentes e jovens LGBT?

08 •  Finalize explicando que a discriminação pode ser manifestada através de 02 dividida de comportamento:

  Velada – se manifesta   por palavras irônicas, expressões fisionômicas, gestos, representação  de  trejeitos.  Quase  sempre  são  insinuações,  sem  que  se  possa comprovar a intenção maldosa. A única maneira de a escola enfrentar a discriminação velada é ficando atenta para as brincadeiras, insinuações e zombarias que acontecem no dia a dia da escola. Sempre que possível, é importante que o/a educador/a procure conversar com a classe sobre as diversidades, em particular sobre a diversidade sexual, permitindo que tirem suas dúvidas e que estabeleçam uma relação respeitosa com as pessoas que têm uma orientação sexual diferente da heterossexual.

  Aberta – é a rejeição explícita, a ofensa dirigida a alguém de forma declarada, para que todos vejam e ouçam. A discriminação aberta pode se expressar com:

a •  agressões verbais – por exemplo, os/as jovens costumam ofender com palavras  cujos significados  relacionam-se  à  homossexualidade,  mesmo  quando não  estão  se  referindo  a  ela  especificamente.  Na  verdade,  não  é  a  palavra que ofende, é a intenção, percebida pelo contexto e pela entonação de quem fere. Os insultos, as humilhações podem ser percebidos como manifestações de violência e de agressão;

b •  agressões físicas  – são, por exemplo, os tapas, empurrões, chutes e socos, que podem provocar lesões, pôr em perigo a saúde e a vida de outra pessoa. ideias principais

Existem também vários tipos de violência relacionados ao tratamento hostil e discriminatório com que algumas pessoas tratam as outras, a partir de certas características como, por exemplo:

  Sexismo   é o tratamento indigno e desigual que se dá a um determinado gênero – feminino ou masculino – acreditando-se que um sexo vale mais que o outro.

  Homofobia é um termo utilizado para identificar o ódio, aversão ou a discriminação  em  relação  aos  homossexuais. Lesbofobia  significa  ódio,  aversão  ou  discriminação às lésbicas.  Transfobia  define a aversão, o ódio e a discriminação em relação aos transgêneros (transexual e travesti).

   O racismo   é  a  convicção  de  que  existe  uma  relação  entre  as  características físicas  hereditárias,  como  a  cor  da  pele,  e  determinados  traços  de  caráter  e inteligência ou manifestações culturais que fazem com algumas raças sejam superiores às demais.

O  sexismo,  a  homofobia/lesbofobia/transfobia  e  o  racismo  são  problemas  reais que produzem e alimentam preconceitos, discriminações e violências. Geram, nas pessoas que sofrem discriminação, mal-estar, insegurança, angústia, isolamento e sofrimento. Podem, inclusive, interferir em suas relações sociais e prejudicar o rendimento escolar.

 

Adaptado de:  Diversidade sexual na escola: uma metodologia de trabalho com adolescentes e jovens. Corsa/Ecos, 2008.

Um comentário:

  1. Estou finalizando Licenciatura Plena em História e considero de extrema importância essas atividades, mas meu desejo é que o debate sobre a educação escolar em direitos humanos seja uma preocupação de todas/os não só de algumas/ns professoras/es. Obrigada pela sua contribuição. Ela é de extrema importância.

    ResponderExcluir