ATIVIDADES
PEDAGÓGICAS SUGERIDAS
ATIVIDADE
01 - CONCORDO, DISCORDO OU TENHO DÚVIDAS
Finalidade:
Debater preconceitos associados à questão da
diversidade sexual de modo a desconstruir visões cristalizadas.
Tempo
previsto: 120 minutos
Materiais
necessários:
03 folhas de papel sulfite escritas em cada
uma: CONCORDO, DISCORDO ou TENHO DÚVIDAS,
01 texto de apoio para todos/as.
06 tarjetas com as seguintes afirmações:
A -
As pessoas podem
escolher se querem
ser homossexuais, bissexuais
ou heterossexuais.
B - A
maior parte das mulheres que se tornam lésbicas é porque foram abusadas por um
homem na infância.
C - Um
menino que foi criado por um pai homossexual tem mais chance de se tornar um
homossexual ou um travesti.
D - Um
homossexual que queira se curar de sua homossexualidade deve procurar um psicólogo ou um líder religioso.
E -
Travesti é o homem que se traveste de mulher para se prostituir.
F-
Transexual é aquela
pessoa que nasceu
com um determinado
sexo, mas que
se 6acha/sente de outro.
Procedimentos:
01 • Afixe as três folhas nas paredes, uma
bem separada das outras.
02 • Peça que os/as educadores/as se levantem
e diga-lhes que você lerá uma afirma-ção relacionada à questão da diversidade
sexual.
03 • Explique que, depois de ler a afirmação,
eles/as deverão se dirigir a um dos lugares da sala em que estão afixados os
cartazes, ou seja, quem concordar deve se locomover até o cartaz escrito
CONCORDO, e assim por diante.
04 • Quando todos/as estiverem posicionados
junto ao cartaz
ao qual se
dirigiram, peça-lhes que justifiquem sua posição. Estimule os três
grupos a falar porque optaram por aquela resposta.
05 • Após uma breve discussão, leia uma nova
afirmação e repita o procedimento até terminar as frases.
06 • Encerre solicitando que
os/as alunos/as voltem
a seus lugares,
distribua o texto e proponha uma
leitura compartilhada.
Texto de
apoio
Existem diferentes formas de ser homem ou ser
mulher. Existem, também, diferentes formas de viver, de expressar a
sexualidade, de amar, de desejar.
Os papéis relacionados aos homens e às
mulheres são culturalmente definidos, ou seja, uma pessoa nasce macho ou fêmea,
mas a maneira de ser homem ou de ser mulher é aprendida de acordo com o que é
considerado “desejável” por uma determinada sociedade. Em nossa sociedade, por exemplo, espera-se
que os homens sejam viris, machos, heterossexuais, determinados, fortes. Por outro lado, espera-se que as mulheres
sejam maternais, delicadas, femininas, dóceis.
Sentir atração afetivo-sexual ou desejar uma
pessoa do mesmo sexo não é um erro da natureza, é apenas outra forma de
expressão da sexualidade e da capacidade de amar do ser humano. A
homossexualidade (feminina e masculina), a bissexualidade, transexualidade e a
travestilidade não são doenças. Portanto, não se aplica a ideia de que é
possível “curar” essas manifestações de sexualidade.
Para compreendermos melhor a diversidade
sexual, o melhor caminho é compreender a sexualidade em três
de seus aspectos
fundamentais, sendo que
dentro de cada
um/a de nós eles interagem de maneira dinâmica. São eles: sexo
biológico, identidade sexual e orientação sexual.
O sexo biológico é constituído pelas características
fenotípicas (órgãos genitais, mamas, barba) e genotípicas (genes masculinos e
genes femininos) de nosso corpo. Existem somente dois sexos: masculino e
feminino.
A
identidade sexual está vinculada
à ideia de quem acreditamos ser. Três aspectos são importantes na definição da
identidade sexual: as características físicas da pessoa, o contexto familiar e
social em que se insere e a maneira como se sente. Desse modo, ainda que o
sexo biológico seja
importante para a
definição da identidade
sexual, não é esse
o único fator relevante. Existem pessoas que acreditam ser homem e mulher ao
mesmo tempo, ou seja, têm simultaneamente uma identidade feminina e masculina e
são denominadas travestis. Além disso, existem pessoas que têm uma identidade
sexual oposta a seu sexo biológico, que são chamadas transexuais.
A
orientação sexual pode
ser homossexual quando
se deseja pessoas
do mesmo sexo, bissexual quando
se deseja pessoas de ambos os sexos e heterossexual quando se deseja pessoas de
outro sexo. Algumas pessoas se referem à orientação sexual como se fosse uma
opção sexual. Entretanto, isso é um equívoco. A orientação sexual não depende
de escolhas conscientes e não pode ser aprendida. Ainda que não se encontrem
definições claras na literatura, acredita-se que múltiplos aspectos
psicológicos, sociais e genéticos estejam relacionados com a orientação do
desejo. O mais importante é que respeitemos o direito de homossexuais,
bissexuais e heterossexuais de serem o que são e que criemos condições para que
cada um possa reconhecer e admitir os próprios desejos.
ATIVIDADE
02 – DIVERSIDADES E VIOLENCIAS
Objetivo:
Discutir as diversas formas de violência e
agressão do cotidiano da escola e no espaço público, especialmente em relação
aos/às adolescentes e jovens LGBT.
Materiais
necessários:
Folhas de papel sulfite, canetas, fita crepe,
lousa e giz.
Tempo: 120 minutos
Séries: 1º ao 3º ano do
Ensino Médio
Procedimentos:
01 •
Distribua aos/às alunos/as tiras de sulfite e canetas.
02 •
Escreva na lousa a palavras VIOLÊNCIA e, em seguida, apresente o conceito
de violência abaixo:
Há diversas formas de violência. Quando
falamos em violência, geralmente pensamos em pessoas malvadas, que agridem,
roubam e matam. Entretanto, se prestarmos atenção, veremos que existem outras
possibilidades de exercício da violência que estão presentes o tempo todo nas
relações entre as pessoas.
Alguns exemplos:
• uma
pessoa menospreza outra por características como cor, idade, classe social,
orientação sexual;
• uma
pessoa se utiliza da outra, por meio da autoridade, da chantagem ou da ameaça,
para obter o que deseja;
• uma
pessoa trata a outra com indiferença e desrespeito.
03 •
Explique que, ao contrário do que imaginamos, a violência não está só
nas notí-cias dos jornais e do lado de fora da escola. Ela se manifesta, por
exemplo, numa atitude de desprezo a uma pessoa por ela ser diferente
fisicamente, pensar ou agir de modo diverso ao nosso.
04 •
Pergunte aos/às alunos/as quais seriam, na escola, as situações em que a
violência aparece por causa de diferenças.
05 • Conforme
falarem, escreva as palavras no quadro.
06 •
Procure relacionar quais
tipos de agressões
se aplicam para
qualquer pessoa e quais aquelas que atingem mais os/as
heterossexuais, os/as homossexuais ou os/as bissexuais.
07 •
Incite o debate a partir das questões seguintes:
A - Como nos sentimos quando somos vítimas de
ações agressivas? E quando somos os/as agressores/as?
B - Vocês já presenciaram alguma cena de
agressão ou de xingamento contra jovens LGBT? O que aconteceu? Que atitudes vocês
tomaram?
C - O que podemos fazer coletivamente na
escola em que estudamos para evitar
agressões e xingamentos contra adolescentes e jovens LGBT?
08
• Finalize explicando que a
discriminação pode ser manifestada através de 02 dividida de comportamento:
• Velada – se manifesta por palavras irônicas, expressões
fisionômicas, gestos, representação
de trejeitos. Quase
sempre são insinuações,
sem que se
possa comprovar a intenção maldosa. A única maneira de a escola
enfrentar a discriminação velada é ficando atenta para as brincadeiras,
insinuações e zombarias que acontecem no dia a dia da escola. Sempre que
possível, é importante que o/a educador/a procure conversar com a classe sobre
as diversidades, em particular sobre a diversidade sexual, permitindo que tirem
suas dúvidas e que estabeleçam uma relação respeitosa com as pessoas que têm
uma orientação sexual diferente da heterossexual.
• Aberta – é a rejeição explícita, a ofensa
dirigida a alguém de forma declarada, para que todos vejam e ouçam. A
discriminação aberta pode se expressar com:
a • agressões verbais – por exemplo, os/as jovens
costumam ofender com palavras cujos
significados relacionam-se à
homossexualidade, mesmo quando não
estão se referindo
a ela especificamente. Na
verdade, não é
a palavra que ofende, é a
intenção, percebida pelo contexto e pela entonação de quem fere. Os insultos,
as humilhações podem ser percebidos como manifestações de violência e de
agressão;
b • agressões físicas – são, por exemplo, os tapas, empurrões,
chutes e socos, que podem provocar lesões, pôr em perigo a saúde e a vida de
outra pessoa. ideias principais
Existem também vários tipos de violência
relacionados ao tratamento hostil e discriminatório com que algumas pessoas
tratam as outras, a partir de certas características como, por exemplo:
• Sexismo
é o tratamento indigno e desigual que se dá a um determinado gênero –
feminino ou masculino – acreditando-se que um sexo vale mais que o outro.
• Homofobia é um termo utilizado para
identificar o ódio, aversão ou a discriminação
em relação aos
homossexuais. Lesbofobia
significa ódio, aversão
ou discriminação às lésbicas. Transfobia
define a aversão, o ódio e a discriminação em relação aos transgêneros
(transexual e travesti).
• O racismo
é a convicção
de que existe
uma relação entre
as características físicas hereditárias,
como a cor
da pele, e
determinados traços de
caráter e inteligência ou
manifestações culturais que fazem com algumas raças sejam superiores às demais.
O
sexismo, a homofobia/lesbofobia/transfobia e o racismo
são problemas reais que produzem e alimentam preconceitos,
discriminações e violências. Geram, nas pessoas que sofrem discriminação,
mal-estar, insegurança, angústia, isolamento e sofrimento. Podem, inclusive,
interferir em suas relações sociais e prejudicar o rendimento escolar.
Adaptado de:
Diversidade sexual na escola: uma metodologia de trabalho com
adolescentes e jovens. Corsa/Ecos, 2008.
Estou finalizando Licenciatura Plena em História e considero de extrema importância essas atividades, mas meu desejo é que o debate sobre a educação escolar em direitos humanos seja uma preocupação de todas/os não só de algumas/ns professoras/es. Obrigada pela sua contribuição. Ela é de extrema importância.
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