terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Prorrogação do Concurso
Diário Oficial 19 de fevereiro de 2011
PORTARIA CONJUNTA SAD/SEE Nº 16, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2011.
O SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO e O SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO resolvem prorrogar, por mais 02 (dois) anos, a vigência do Concurso Público regido pela Portaria Conjunta SAD/SEE Nº 104, de 11 de agosto de 2008, cujo resultado final foi homologado através da Portaria Conjunta SAD/SEE nº 21, de
17 de fevereiro de 2009.
JOSÉ RICARDO WANDERLEY DANTAS DE OLIVEIRA
Secretário de Administração
ANDERSON STEVENS LEÔNIDAS GOMES
Secretário de Educação
Educação em Direitos HUmanos
Muitas vezes, ficamos a olhar tanto tempo para a porta que se fechou que não vemos aquela que se nos abriu.
Hellen Keller
"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos (...) sem distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, de nascimento ou de qualquer outra situação..." Esta afirmação, contida nos artigos 1 e 2 da Declaração Universal dos Direitos Humanos - que lemos sempre com um arrepio de emoção -, é uma conquista civilizacional extraordinária. Disso teve plena consciência a Assembleia Geral das Nações Unidas quando, a 10 de Dezembro de 1948, proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos "como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades..."
Questões mais frequentes sobre a Educação em matéria de Direitos Humanos
Os primeiros documentos consagradores dos direitos - e. g. Bill of Rights, Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão - incluíam predominantemente os direitos civis e políticos, entre os quais o direito ao julgamento justo, o direito de reunião, o direito à liberdade de expressão e o direito à prática de culto religioso. No entanto, os direitos humanos também incluem os direitos sociais, económicos e culturais, tais como o direito a uma habitação condigna, aos cuidados de saúde e a uma remuneração justa. O actual entendimento dos direitos humanos fundamenta-se num sistema de valores mais lato e mais abrangente. Os direitos humanos não estão referenciados ao direito de cidadania exclusivo de um país em particular. Nos direitos humanos também estão incluídas as relações dos indivíduos uns com os outros assim como as relações entre os indivíduos e o Estado. Todo o ser humano tem direito a conhecer os seus direitos e a saber o modo como exercê-los.
Porquê a Educação em matéria de Direitos Humanos?
A Educação em matéria de Direitos Humanos é a expressão de um compromisso para com os direitos consagrados na Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), nas Convenções das Nações Unidas e nas constituições dos vários países. Torna pública a aceitação de uma responsabilidade em respeitar, proteger e promover os direitos de todos os povos do mundo.
A Educação em matéria de Direitos Humanos promove os princípios democráticos. Através de diversas práticas educativas, permite analisar, de uma forma imparcial, as várias perspectivas respeitantes à problemática dos direitos humanos.
A Educação em matéria de Direitos Humanos ajuda a desenvolver as capacidades de comunicação e um pensamento crítico e lúcido, essencial para o desenvolvimento da democracia. Tem um enfoque multicultural e histórico promovendo a luta universal pela justiça e dignidade humanas.
A Educação em matéria de Direitos Humanos implementa-se com o coração e com o espírito. Promove junto dos alunos, enquanto pessoas, a interrogação acerca do significado dos direitos humanos e encoraja-os a transformar as suas preocupações em acções esclarecidas e não-violentas.
A Educação em matéria de Direitos Humanos afirma a interdependência da "família humana". É respeitante ao estudo do universo de forças abusivas e promove conhecimento relativo à prevenção e abolição dessas situações.
Fonte: Human Rights Educator's Network. Amnesty International USA. January 1991
Dez Sugestões para a acção
1. Escolha um problema
É provável que queira trabalhar para a melhoria de condições ou resolução de problemas que sabe que existem na sua comunidade ou que conhece através das notícias. Por outro lado também pode querer tratar de um problema de que teve conhecimento na sua escola ou através de uma leitura. Encontrar o problema não é difícil, difícil é manter-se focalizado no mesmo problema. Defina exactamente aquilo que quer ver ultrapassado e passe essa definição para escrito. Trate de um problema de cada vez.
2. Investigue o problema
Recolha informação útil acerca do problema e da opinião que as pessoas têm sobre ele, quer na escola, quer na comunidade. Peça colaboração e informação às entidades envolvidas. Escreva cartas, procure informação sobre o assunto em jornais, revistas e relatórios.
3. Faça um "brainstorm" à procura de possíveis soluções e escolha uma
Faça um "brainstorm" sobre tudo aquilo que lhe ocorra mesmo que lhe pareça disparatado ou sem sentido. Depois escolha uma ou duas soluções que lhe pareçam mais prováveis de vir a alterar a situação para melhor.
4. Crie pontos de apoio
Procure o maior número possível de pessoas que estejam preocupadas com o problema e que concordem com a sua solução. Faça uma pesquisa na sua comunidade. Peça a colaboração de professores, de entidades oficiais, das "forças vivas" da comunidade e dos jovens. Quanto mais pessoas houver na sua equipa, mais poder terão para implementar a mudança.
5. Identifique as posições contrárias
Descubra quem são as pessoas e as organizações que se opõem à sua solução. Podem não ser "más pessoas" mas ter somente opiniões diferentes. Ponha a hipótese de fazer uma reunião com os seus opositores; pode ser que consigam encontrar uma solução de compromisso. Pelo menos todos ficarão a perceber os diversos pontos de vista sobre a questão. De qualquer forma proceda de modo a respeitar as opiniões dos outros.
6. Divulgue
Informe o maior número possível de pessoas acerca do problema que está a tentar resolver e da solução que propõe. Os jornais, a rádio e a televisão têm geralmente interesse no acompanhamento de histórias relacionadas com actividades juvenis. Alguns canais de televisão e estações de rádio oferecem tempo de antena para projectos válidos. Quantas mais pessoas conhecerem o que se está a fazer, tanto mais apoio poderá receber.
7. Angarie fundos
Isto não é obrigatório, mas muitas das vezes conseguem-se mais resultados tendo dinheiro para despender na procura de uma solução.
8. Defenda a sua solução
Elabore uma lista de todos os passos que precisa dar e, uma vez preparado para agir, siga em frente!
9. Estabeleça um plano de avaliação
Está a obter resultados? Como é que sabe? Tente definir alguns indicadores relativamente aquilo que considera ser um avanço da situação. Há esforços com maior sucesso do que outros? Esgotou todas as tentativas? Continue a pensar de uma forma criativa sobre a hipótese de solução a encontrar para resolver o problema.
10. Não desista
A resolução de problemas dá-se pela eliminação das soluções inviáveis até se encontrar a resposta certa. Não valorize os contributos das pessoas que vão tentar convencê-lo de que esse problema não tem solução. Continue a avançar!
Fonte: Adaptação de Barbara A. Lewis, O guia da criança para a acção social (Minneapolis, MN: Free Spirit Press, 1991)
Do Livro de Educação em Direitos Humanos
Questões sobre a Educação em matéria de Direitos Humanos
Para educar em matéria de direitos humanos é necessário uma formação específica?
Poucos de nós tivemos a oportunidade de estudar a temática dos direitos humanos durante os tempos de escola. Isto é um dos lados do problema. A aprendizagem fundamenta-se no interesse manifestado, na curiosidade e na ligação pessoal à matéria em estudo. A investigação confirma que, independentemente da idade, as pessoas memorizam e aprendem melhor quando participam no próprio processo de aprendizagem. Não temos de saber todas as respostas para promover a educação para os direitos humanos; só temos de saber ajudar as pessoas, incluindo nós mesmos, a procurar as respostas. A abordagem dos direitos humanos feita, por vezes, de um ponto de vista estritamente legal, suscita conformismo, aborrecimento e uma sensação de incapacidade. Não é necessário ser um especialista em questões legais. O que é preciso é estar aberto à participação no processo de aprendizagem. Por essa razão, as abordagens pedagógicas melhor sucedidas na educação para os direitos humanos apontam, em grande parte, para uma participação activa, recurso a técnicas de "role play", debates, discussão, dramatização e trabalho em pequenos grupos.
Qual a relação entre o conhecimento dos direitos humanos e o trabalho em favor da comunidade aonde vivo?
Muitas pessoas estão envolvidas num trabalho em prol dos direitos humanos sem o saberem! O uso do termo "direitos humanos", geralmente utilizado na acepção dos direitos civis e políticos garantidos na Constituição e outras leis, contribui para que muitas pessoas que trabalham nas áreas do direito social, económico e cultural não se apercebam que também são defensoras dos direitos humanos. A participação conjunta em actividades de promoção dos direitos humanos permite a adopção de uma visão e de um sistema de valores comuns. Mais do que trabalhar isoladamente, importa construir uma rede de participação partilhada que permita debelar os problemas da injustiça social. Uma vez compreendidos e defendidos, desta forma, os direitos humanos são uma arma poderosa para difundir esperança no futuro e produzir a mudança.
A educação em matéria de Direitos Humanos provoca realmente mudança nas atitudes e comportamentos? Como saber?
Dado que os direitos humanos são uma nova área na educação, ainda há poucos resultados de pesquisa disponíveis. Porém, algumas analogias podem ser estabelecidas: educação para os valores, educação para o carácter, educação global, educação para o-não-preconceito e educação para os direitos. Embora avaliar a mudança através de níveis de informação seja fácil, as mudanças de atitudes são difíceis de quantificar, especialmente se as mesmas ocorrerem ao longo de vários anos. Será possível avaliar o incremento do respeito pela dignidade humana? Esta é, definitivamente, uma área que necessita de um trabalho laborioso. Muitos educadores para os direitos humanos testemunharam, em primeira mão, as potencialidades de utilização do quadro conceptual para a educação em matéria de direitos humanos na mudança de atitudes e dos comportamentos dos alunos (Vide Grelha Conceptual para a Educação em matéria de Direitos Humanos).
Como abordar a educação em matéria de direitos humanos junto das pessoas que foram vítimas de violência (e. g. os sem abrigo, prisioneiros, pessoas com necessidades educativas especiais, refugiados)?
Qualquer que seja o público, parta sempre da experiência das pessoas. Se a educação em matéria de direitos humanos não estiver relacionada com as suas vidas não lhes interessará muito. Adapte sempre o que vai ensinar às características do seu público. Por outro lado, num esforço para conquistar a confiança, não negligencie o carácter de interdependência e indivisibilidade dos direitos. Os refugiados, por exemplo, não só precisam de conhecer os seus direitos como refugiados, mas também conhecer todo o leque dos restantes direitos (e. g. direito à educação, ao abrigo, à liberdade de movimentos e à autodeterminação).
A educação em matéria de direitos humanos diz só respeito à escola?
Precisamente porque todas as pessoas têm os mesmos direitos é preciso que saibam e compreendam os direitos que têm. Os conteúdos e os objectivos são mais ou menos os mesmos para todas as idades. Só variam as metodologias. A percepção dos direitos humanos varia de acordo com o percurso de vida, a actividade profissional, a faixa etária, o género, etc. Independentemente das idades e dos grupos, enfatize os seguintes aspectos:
- a experiência vivida pela pessoa;
- as metodologias interactivas em vez de intervenções expositivas que frequentemente dão origem a uma assistência passiva;
- os direitos formulados a partir de ideias/ pensamentos baseados nas necessidades sentidas pelas pessoas;
- os direitos, se conflituantes entre si, exigem um processo de avaliação meticuloso; - a universalidade, i. e., os direitos humanos transcendem qualquer perspectiva política, religiosa ou cultural.
Como conciliar a defesa dos direitos humanos com o respeito pelas diferenças culturais, religiosas e outras?
Dada a sua natureza, os direitos humanos são universais. Por um lado, aplicam-se a todas as pessoas independentemente da sua cultura ou crenças, garantindo o direito ao pleno exercício e à defesa e aceitação das diferenças. Os direitos humanos estão sujeitos a conflito. Certas convicções enraizadas (e. g. um grupo humano superior a outro) podem violar a dignidade e os direitos humanos. A educação em matéria de direitos humanos inclui a exploração de soluções para este tipo de conflitos, tanto aqueles que ocorrem localmente nas comunidades (e. g. o direito à liberdade de expressão vs. o direito à protecção relativamente ao discurso da violência) como aqueles que ocorrem à escala global (e. g. o direito à identidade cultural vs. protecção contra práticas tradicionais opressivas/ lesivas). A resolução de conflitos raramente é fácil e nem sempre passível de resolução imediata. No entanto, a apreciação dos conflitos à luz do quadro conceptual para a educação em matéria de Direitos Humanos, é essencial à sua plena compreensão. (Vide Grelha Conceptual para a Educação em matéria de Direitos Humanos ). Só se chega à sua resolução com atitudes de equidade e de respeito e através da capacidade de negociação, com mediação e construção de consensos, questões fundamentais na educação em matéria de direitos humanos.
Certos temas dos direitos humanos poderão alarmar as pessoas?
A educação em matéria de direitos humanos não se deveria focalizar apenas nos abusos dos direitos, assuntos susceptíveis de causar aflição ou temor a pessoas de qualquer idade. Se a abordagem de temas como as violações cabe à educação em matéria de direitos humanos nela também está contemplada a divulgação do sistema de valores que condena essas acções e preserva a dignidade humana. A educação em matéria de direitos humanos também prepara as pessoas para adquirir competências e atitudes necessárias à prevenção desses abusos assim como para defesa e promoção dos direitos humanos. Com efeito, os educadores precisam de proteger as crianças e certos adultos, vítimas de abuso no passado contra a brutalidade das violações dos direitos humanos (e. g. apelos à divulgação de depoimentos da Amnisty's Children's Edition Urgent Action). Contudo, cabe a cada um de nós inspirar-se numa visão do mundo alicerçada em princípios de dignidade humana, respeito e justiça onde esses abusos não existam.
O que distingue a educação em matéria de direitos humanos da educação moral, educação para a paz, educação para os direitos, educação para o desenvolvimento, educação multicultural, educação global, educação para a cidadania? Que lugar ocupa a educação em matéria de direitos humanos?
Estes diferentes tipos de educação partilham entre si muitas características comuns; todos incluem a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento de competências e atitudes. A educação em matéria de direitos humanos fornece o quadro de valores partilhados onde todas as perspectivas se intersectam. Por exemplo, a educação para a paz engloba a dignidade humana e o direito à paz e segurança. A educação multicultural fundamenta-se nos princípios da não discriminação e no reconhecimento e aceitação da identidade cultural. A educação para os direitos permite aos alunos comparar os direitos do seu país com as normas internacionais de direitos humanos. Os direitos humanos contemplam todas estas dimensões!
Do Livro Educação em Direitos Humanos
Propostas de Actividades
Janelas e Espelhos - Observação de fotografias na perspectiva dos Direitos Humanos
Nesta actividade colocam-se algumas questões relativas à universalidade, diversidade e dignidade humanas a partir de fotografias de pessoas pertencentes a diferentes culturas.
Duração: 30 m - 1 h
Materiais: Cópias da Declaração Universal dos Direitos do Homem (versão integral ou adaptada). Um conjunto de fotografias de pessoas com diferentes culturas, com idades e antecedentes sociais diferenciados. Recomendam-se, em especial, a utilização dos calendários da Amnistia Internacional e dos cartazes alusivos ao 50.º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).
Grupo-alvo: Todas as idades.
Procedimentos
Parte A: Observação de uma Fotografia
1. Individualmente, em pares ou pequenos grupos, escolha uma fotografia do conjunto seleccionado. Observe a fotografia com atenção e ponha algumas das seguintes questões.
- Porque escolheu esta fotografia? Porque acha que o fotógrafo escolheu este tema?
- O que é que nesta fotografia é um espelho da sua própria vida, reflectindo algo familiar e que facilmente possa reconhecer?
- O que é que nesta fotografia é uma janela para outra cultura ou forma de viver, algo estranho ou pouco familiar para si?
- O que é que se está a passar aqui (e. g. é um local de trabalho? Um ambiente religioso?)
- Como é que a( s) pessoa( s) se sente( m)?
- De que forma acha que a( s) pessoa( s) da fotografia leva( m) uma vida diferente da sua? Os valores são diferentes? E as necessidades, as esperanças, as expectativas?
- De que forma acha que a( s) pessoa( s) da fotografia é( são) parecida( s) consigo?
- Partilham os mesmos valores, esperanças, necessidades e expectativas?
- A fotografia dá uma ideia completa da maneira como a pessoa vive? O que poderá faltar?
- Existem alguns sinais de violação dos direitos humanos na fotografia? E de privilégio? E de discriminação ou privilégio baseados na classe social, género ou etnia?
- Quais os direitos humanos que considera mais importantes para a( s) pessoa( s) da fotografia? Os direitos que considera serem mais importantes para si, são diferentes?
- Os direitos humanos são realmente universais? Acha que a( s) pessoa( s) da fotografia querem os mesmos direitos humanos que você? Acha que as pessoas gozam dos mesmos direitos que você? Porquê?
2. Questões sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos:
- Elabore uma lista de todos os direitos humanos que acha que estão associados com a( s) fotografia( s). Inclua tanto os direitos humanos reconhecidos, como os direitos negados ou violados.
- Associe os direitos humanos constantes da sua lista aos artigos específicos da DUDH. Escreva o número desses artigos na lista. Em alternativa, escreva os artigos ilustrados na fotografia e desenvolva a partir das imagens.
- A maior parte dos direitos identificados são civis e políticos ou são direitos sociais, económicos e culturais? Assinale os direitos como: «Civis/ Políticos» ou «C/ P» e de «Sociais/ Económicos/ Culturais» ou «S/ E/ C».
- Mostre a( s) fotografia( s) ao grupo e explique os direitos que identificou. Peça aos outros elementos do grupo sugestões sobre outros direitos que tenham identificado na( s) sua( s) fotografia( s).
- Depois de todos terem mostrado as fotografias procure na DUDH os artigos que não tenham sido identificados em nenhuma das fotografias. Há alguns artigos mais difíceis de «ver» nas fotografias? E na vida real?
3. Questões sobre a Dignidade Humana:
- Esta fotografia expressa a dignidade humana? Como? Há alguma coisa que dê a impressão de diminuir a dignidade das pessoas na fotografia? De que forma?
- Se a fotografia tivesse sido tirada no século anterior, de que forma seria diferente? Acha que as nossas ideias sobre a dignidade humana estão a mudar? Se sim, o que acha que provocou essa mudança? É capaz de relacionar essa mudança com o presente entendimento dos direitos humanos?
- A fotografia promove o apreço pela dignidade humana? O que é que a dignidade humana tem a ver com os direitos humanos?
- Porque acha que o fotógrafo escolheu este tema? Porque é que os artistas escolhem com tanta frequência a condição humana para assunto das suas obras?
Parte B: Conjuntos de Fotografias
1. Coloque as fotografias juntas, no chão ou numa parede, e considere-as na sua globalidade.
- Quais são as características comuns a todas as fotografias?
- O que é que estas fotografias dizem acerca do que é ser-se humano?
- Se todas estas fotografias tivessem sido tiradas à mesma comunidade, que conclusões tiraria sobre ela? Diria que era uma sociedade na qual os direitos humanos eram respeitados?
- De que forma seriam diferentes as fotografias se as condições mudassem (e. g. guerra civil, descoberta de petróleo na região, condições de igualdade de oportunidades para as mulheres, imposição de leis rigorosas contra o trabalho infantil, ensino básico obrigatório, salário mínimo condigno, epidemia viral para a qual não houvesse vacina)?
- A partir do conjunto de fotografias, que afirmações poderia fazer relativamente à dignidade humana? E a respeito dos direitos humanos?
2. Tente juntar algumas das fotografias por grupos de categorias. As categorias poderiam basear-se no tema abordado, nas tonalidades das fotografias ou nos direitos humanos a elas associados.
Sugestões de Actividades
- Diálogo - Escreva um diálogo entre as pessoas da fotografia ou entre si e uma pessoa da fotografia.
- Banda desenhada - Represente, em banda desenhada, uma história acerca das pessoas da fotografia.
- Pesquisa - Se possível, descubra onde é que a fotografia foi tirada. Procure informação a respeito do país ou da cultura e da situação em termos dos direitos humanos.
- Expressão artística - Escreva um poema, uma história ou através de outra criação artística, transmita uma ideia ou um sentimento evocado pela fotografia.
Sugestão de Questões para um público mais jovem
- Porque escolheste esta fotografia?
- Vês alguma coisa que seja parecida com a tua própria vida, alguma coisa familiar e que saibas reconhecer facilmente?
- Vês alguma coisa a que não estejas habituado( a) ou que seja diferente da tua vida? Há alguma coisa na fotografia que não reconheças ou não percebas?
- Em que parte do mundo achas que a fotografia foi tirada?
- Em que achas que esta pessoa se parece contigo? Em que achas que a pessoa não é como tu? - O que é que achas que a( s) pessoa( s) está( ão) a fazer?
- Inventa uma história acerca da( s) pessoa( s) da fotografia.
- Como achas que a( s) pessoa( s) da fotografia se está( ão) a sentir?
- O que é que a pessoa vai fazer hoje à noite? E amanhã de manhã? O que é que ele( a) irá fazer que tu também fazes? O que achas que ele( a) irá fazer de diferente de ti ou não irá fazer de todo?
- O que é que achas que esta pessoa gosta de fazer?
- Como é que esta pessoa será daqui a uns anos?
- O que é que achas que esta pessoa gostaria de te contar? E perguntar-te? O que gostarias de contar ou perguntar a esta pessoa?
- Faz um desenho que ilustre uma das questões acima colocadas.
- Tenta copiar a fotografia. Combina as cores e as formas para ficar o mais parecida possível.
Fonte: Human Rights Educators'Network, Amnesty International USA; adaptação feita por Emily Style, National Seed Project.
Do livro Educação em Direitos Humanos
Literatura e Direitos Humanos:
Literatura e Direitos Humanos: Questões para aplicação à Literatura, Materiais Pedagógicos e Media
As questões seguintes ajudam a analisar diferentes tipos de materiais do ponto de vista dos direitos humanos. Aqui incluem-se: os textos literários (e. g. poesia, ficção, não-ficção); os textos educacionais (e. g. livros de textos, manuais escolares); a comunicação social (e. g. imprensa, imagens electrónicas, revistas, filmes, televisão); a publicidade (e. g. frases rimadas, frases publicitárias) e as publicações comerciais (e. g. literatura promocional, panfletos, logotipos, anúncios).
Procedimentos
Parte A: Questões
1. Que temas relacionados com os direitos humanos são abordados nesta obra?
- Quais são os direitos humanos em destaque?
- Existe alguma oposição relativamente aos direitos humanos?
- Os direitos humanos são negados? Quem é o responsável por este abuso?
- Quem actua em defesa dos direitos humanos? Como? Porquê?
- Quem não age em defesa dos direitos humanos? Porque não?
- Quais os artigos específicos da DUDH que estão em questão?
2. A defesa dos direitos humanos é feita, nesta obra, através de que acção?
- O acto de defesa dos direitos humanos de alguém constitui, por si, uma violação dos direitos de outrem?
- A acção é eficaz?
- A acção é violenta? Teria sido possível uma resposta não-violenta?
- De que forma é que uma acção diferente teria contribuído para alterar o resultado?
- A acção determinará, a longo prazo, uma mudança nas vidas das pessoas? E da sociedade?
3. O que nos diz esta obra a respeito da dignidade humana?
- De que forma é que a dignidade humana é afirmada? E diminuída?
- Há alguma figura em especial que personifique a dignidade humana?
4. O que nos diz esta obra sobre a responsabilidade individual para com a defesa dos direitos humanos? E acerca da relação entre direitos e responsabilidade?
5 . Do ponto de vista do papel transformador que desempenham, qual a importância, na obra, dos seguintes factores:
- compaixão;
- consenso;
- capacidade de auto-expressão;
- silêncio; - colaboração com o( s) perpetrador( es) ou agressor( es);
- colaboração com o( s) defensor( es) dos direitos;
- ter acesso à informação e/ ou educação;
- compreensão e/ ou empatia para com pessoas com valores e maneiras de viver diferentes.
6 . A obra põe em contraste as necessidades individuais relativamente às necessidades da maioria e/ ou da sociedade?
- O que nos diz a obra acerca da relação entre o indivíduo e a sociedade? E acerca da relação entre o indivíduo e o Estado?
7. Existem problemas semelhantes relacionados com os direitos humanos no seu país? E na comunidade, vizinhança, escola ou sala de aula?
- Quais os direitos humanos exercidos?
- Existe alguma oposição relativamente a certos direitos humanos?
- Que direitos acha que devem ser protegidos?
- Quais os artigos específicos da DUDH que estão em questão?
8. Como poderá actuar em defesa dos direitos humanos na sua comunidade?
- Com quem iria falar? O que diria?
- Que tipos de acções seriam eficazes e adequadas? Quais não seriam?
- Já foi tomada alguma iniciativa?
- É possível estabelecer ligação com outras pessoas para chamar a atenção sobre estes problemas? Nomeadamente, com quem?
Parte B: Sugestões para Actividades
1. Realize uma pesquisa sobre um autor. Há alguns acontecimentos, pessoas ou lugares que tenham contribuído especialmente para formar a sua opinião sobre os direitos humanos?
2. Participe numa discussão em grupo sobre um filme. Fonte: Nancy Flowers, Human Rights Educators' Network, Amnesty International USA.
Lista de obras literárias no âmbito dos Direitos Humanos Poesia
Anna Akmatova, "Requiem"
W. H. Auden, "The Unknown Citizen"
Dennis Brutus, "Cold"; "Letter to Martha"
Nina Cassian, "They Cut Me in Two"
Ariel Dorfman, "Hope"
Nazim Hikmet, "From a Man in Solitary"
Philip Lopate, "Solidarity With Mozambique"
James Sheville, "Confidential Data on the Loyalty Investigation of Herbert Ashenfoot"
Romances
Isabel Allende, "The House of the Spirits"
Mulk Raj Anan, "Untouchable"
Manlio Argueta, "One Day of Life"
Margaret Atwood, "The Handmaid's Tale"
Ray Bradbury, "Fahrenheit 451"
Anthony Burgess, "A Clockwork Orange"
J. M. Coetzee, "Waiting for the Barbarians"”
Joseph Conrad, "Nostromo"
Ariel Dorfman "My House is on Fire"
Ralph Ellison "Invisible Man"
Nawai El Saadawi "God Dies by the Nile"
Louise Erdrich "Tracks"
Eduardo Galeano "Memory Of Fire Trilogy"
Gandopadhyay "Arjun"
Nadine Gordimer "July's People"
Jessica Hagedorn "Dogeaters"
Bessie Head "When Rain Clouds Gather"
Aldous Huxley "Brave New World"
Franz Kafka "The Trial"
Joy Kogawa "Obasan"
Arthur Koestler "Darkness at Noon"
Bernard Malamud "The Fixer"
Toni Morrison "Beloved"
Bharati Mukerjee "Jasmine"
George Orwell "Animal Farm", "1984"
Alexander Solzhenitsyn "One Day in The Life of Ivan Denisovitch"
John Steinbeck "The Grapes of Wrath" Mildred Taylor "Roll of Thunder, Hear My Cry"
Lawrence Thornton "Imagining Argentina"
Vasilis Vassilikos "Z"
Richard Wright "Native Son"
Emile Zola "Germinal"
Peças de Teatro
Jean Annouilh "Antigone"
Bertholt Brecht "Galileo"
Andre Brink "A Dry White Season"
Arthur Miller "The Crucible"
Sophocles "Antigone"
Biografia e não- Ficção
Maya Angelou "I Know Why the Caged Bird Sing"
Nien Ching "Life and Death in Shanghai"
J. D. Criddle "To Destroy You Is No Loss: The Odyssey of Cambodian Family"
Carolina Maria Jesus "Child of the Dark"
Vaclav Havel "Letters to Olga"
Arthur Koestler "Spanish Testament"
Nelson Mandela "Long Walk to Freedom"
Rigoberta Menchú "I, Rigoberta Menchú"
Pablo Neruda "Nobel Prize Acceptance Speech: Toward the Splendid City"
George Orwell "Selected Essays"
Alicia Partnoy "The Little School"
Irina Ratushinskaya "Grey is the Color of Hope"
Moylda Szymuciak "The Stones Cry Out, A Cambodian Childhood, 1975- 1980"
Jacob Timerman "Prisoner without a Name, Cell without a Number"
Elise Wiesel "Night"
Harry Wu "Bitter Wind"
Malcolm X "The Autobiography of Malcolm X"
Fonte: Consultar lista anotada de obras para a Educação em matéria de Direitos Humanos em "Teaching Human Rights through Literature", Amnesty International, USA's Human Rights Education Resource Notebook Series.
Do Livro - Educação para os Direitos Humanos
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